O Bloco de Esquerda (BE) de Castelo Branco exigiu hoje a abolição das portagens na A23 "o quanto antes".
"O que se impõe é abolir quanto antes as portagens na A23, é esta a proposta do Bloco de Esquerda, pois a sua continuação significa persistir no erro muito negativo para os distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda", explica, em comunicado, a Comissão Coordenadora Distrital de Castelo Branco do BE.
O partido adianta que, passados oito anos sobre a introdução das portagens na A23, pelo Governo do PSD/CDS, com o apoio do PS, a medida prejudicou "gravemente" as populações de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda.
"Tratou-se de uma medida errada e muito injusta e que só tem agravado os problemas nas regiões do interior abrangidas pela A23. São os utentes, as populações e as empresas destas zonas que viram as suas dificuldades aumentar consideravelmente", sustentam.
O BE defende que a não cobrança de taxas de portagens nas Scut (Sem Custos para o Utilizador) justificava-se pela necessidade de compensar as regiões do interior do país com medidas de discriminação positiva face às desigualdades e assimetrias regionais existentes, que hoje em dia "estão mais agravadas".
"A autoestrada da Beira Interior, conhecida como A23, é uma das vias que devia continuar a beneficiar desse estatuto. Como se sabe, é uma acessibilidade estruturante e estratégica para toda a mobilidade nos distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda. Desta forma, esta via sem portagens será um fator de coesão territorial e de promoção do desenvolvimento económico e social para várias regiões que enfrentam sérios problemas de isolamento, depressão e desertificação", lê-se na nota.
Adiantam ainda que, em termos de mobilidade, a implementação de portagens "representou um grave retrocesso" para os distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda.
"Sendo o Bloco de Esquerda um grande defensor dos transportes coletivos, não somos indiferentes à enorme injustiça de quem vive no interior estar a pagar portagens quando não tem outras alternativas de transporte", concluem.
Lusa