O rio Tejo volta a estar na ordem do dia pelos mesmos motivos: a poluição das suas águas. O Bloco de Esquerda, através das suas estruturas distritais de Santarém, Portalegre e Castelo Branco, volta a denunciar a poluição do rio, com vídeos e imagens recolhidas a 8 de maio deste ano, e insiste também nas perguntas ao Ministério do Ambiente.
Armindo Silveira, vereador eleito pelo BE em Abrantes, apresentou estas questões na reunião do executivo municipal desta terça-feira explicando que ele próprio andou a percorrer o Tejo para verificar o estado das suas águas. E disse que fez um percurso muito para cima de Vila Velha de Ródão, desde o rio Ponsul até ao açude de Abrantes. E aponta novamente as mesmas situações amplamente divulgadas. Depois de Vila Velha de Rodão o rio fica com as águas castanhas.
Armindo Silveira fez um vídeo em direto para a rede social Facebook no dia 8 de maio, cerca das 17 horas, onde pretende que os seus seguidores vejam a cor das águas do rio na queda de água de Abrantes. É certo que já não tem as toneladas de espuma que obrigou o Estado a uma intervenção de limpeza urgente, mas continua a ter as águas completamente poluídas sustentou o vereador. “Tudo indica que esta situação tenha origem em Vila Velha de Ródão e é lamentável o que está a acontecer”, disse o vereador que aponta o dedo aos responsáveis, quer às empresas, quer às entidades que fiscalizam a qualidade da água e o ambiente.
Em comunicado as estruturas distritais do BE citam um pescador de Abrantes que terá dito que esta situação “já dura há quinze dias”, enquanto outro de Arneiro, concelho de Nisa, terá afirmado aos responsáveis do BE que “o rio baixou imenso no cais do Arneiro e está abaixo do nível mínimo. Não se vê mais que um metro, os lagostins andam cá por cima. Esta água castanha é de Vila Velha, pois em Salavessa, que é acima de Vila Velha, vê-se o fundo do rio. Em Salavessa e no cais das Portas de Rodão, as ovas das carpas “vão à vida”, pois o rio baixou muito descobrindo o cascalho. Nem arrisco a ir pescar”.
O comunicado cita um terceiro pescador que afirma ter ido ao Ponsul, rio que vai desaguar na margem direta do rio Tejo, na barragem de Cedilho e terá afirmado afirma que “a água está limpa, o problema é a azzola”.
O Bloco de Esquerda aponta o dedo ao Ministério do Ambiente que afirma ser inoperante nestas questões apesar de ser repetirem com frequência.
Mesmo as posições oficiais da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) “contrariam invariavelmente as exposições dos ativistas ambientais e partidos”. O BE revela ainda estranheza pelo “silêncio do Senhor Ministro do Ambiente e da Transição Energética assim como de algumas entidades competentes”. Desta forma deixa no ar cinco perguntas sobre esta temática.
Primeiro quer saber se há ações previstas no sentido de impedir a descida acentuada do nível das águas do Tejo na barragem do Fratel e está identificada a causa desta diminuição de caudal?
Depois quer saber se o Ministério do Ambiente tem as causas ou explicações para as flutuações do caudal do rio e pede ao Ministério para “clarificar a que está obrigada a Espanha no âmbito da Convenção de Albufeira e como é feita a sua avaliação? A haver, estas obrigações estão a ser cumpridas?”
Na mesma linha o BE quer ainda saber se “a licença dinâmica de rejeição de efluentes da Celtejo está a ser cumprida” e se foram feitos testes e análises às águas do rio nestes períodos.