O Centro Hospitalar do Médio Tejo vai ter, em 2023, “o maior orçamento de sempre”, subindo dos 113 milhões de euros de 2022 para 126 milhões de euros, 8,4 milhões dos quais destinados a investimento, disse a administração.
O presidente do Conselho de Administração do CHMT, Casimiro Ramos, falava na Assembleia Municipal temática sobre “O estado da saúde no concelho de Tomar”, que decorreu hoje nos Paços do Concelho, em Tomar (Santarém) com a participação, igualmente, da diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, Diana Leiria, e da responsável da Autoridade de Saúde do Médio Tejo, Maria dos Anjos Esperança.
Casimiro Ramos afirmou que, na unidade de Abrantes, estão em execução a remodelação da consulta externa (1.845.000 de euros) e a remodelação das redes de águas (1,1 milhão de euros), está prevista a requalificação da Urgência Geral (2.979.000 de euros), que se encontra a aguardar a portaria de extensão de encargos.
Para Abrantes está, ainda, prevista a criação de uma sala para cardiologia de intervenção (um milhão de euros).
No caso de Tomar, afirmou estar em elaboração o projeto de execução para aumento da capacidade de internamento de adultos em psiquiatria e construção de instalações do serviço de pedopsiquiatria, obras de um milhão de euros já aprovadas no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
O serviço de pedopsiquiatria irá ocupar uma área de 650 metros quadrados, com 12 salas de consulta, seis camas para internamento e salas de atividades, estando prevista a criação, para o Serviço de Psiquiatria, de uma horta, disse.
Os outros projetos previstos em orçamento para este ano são a expansão da capacidade laboratorial da Patologia Clínica (850.000 euros), em Tomar, onde o CHMT pretende instalar um Centro de Investigação, e a reativação do Bloco Operatório na unidade de Torres Novas (85.000 euros), acrescentou.
Casimiro Ramos afirmou que o quadro de pessoal do CHMT, aprovado hoje pela tutela, prevê a contratação de mais 83 profissionais, 15 dos quais médicos e 19 enfermeiros.
O administrador do CHMT disse que, na estratégia para este ano, espera avançar com a criação de equipas que envolvam o ACES Médio Tejo, as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e as autarquias, para diminuir a pressão sobre as Urgências.
O objetivo é sinalizar as situações que estão na origem de maior procura, nomeadamente de lares de idosos, sendo intenção estudar a possibilidade de estabelecer protocolos para a prestação de cuidados pré-hospitalares, com apoio de médicos do CHMT, de forma a reduzir a afluência de casos que não são urgentes.
Para os chamados casos sociais, o CHMT está a preparar um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento, para disponibilização de 10 camas para utentes sem família ou com famílias sem recursos.
Segundo Casimiro Ramos, o CHMT tem uma média de seis a sete casos sociais, alguns dos quais permanecem mais de um mês internados apenas por não terem para onde ir.
Quanto aos cuidados primários, Diana Leiria afirmou que, no concelho de Tomar, apenas 5% dos 43.324 utentes inscritos não têm médico de família atribuído, contra os 25% em média do Médio Tejo.
A totalidade dos utentes sem médico de família no concelho são acompanhados pelo centro de saúde, já que as duas Unidades de Saúde Familiares garantem o acompanhamento do total de inscritos, afirmou, sublinhando a importância da criação de USF.
Questionada sobre a possibilidade de criação de USF de modelo C para as situações em que não tem sido possível avançar para USF modelo A ou B, caso aquelas venham a ser autorizadas, Diana Leiria advertiu que, a serem criadas, devem obedecer a regras muito precisas para não se correr o risco de os privados irem retirar mais médicos ao Serviço Nacional de Saúde, agravando as situações atuais.
Lusa