O conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que agrega três hospitais no distrito de Santarém, destituiu o diretor do serviço de Cardiologia por “incapacidade” em assegurar um nível satisfatório nas escalas, foi hoje anunciado.
Em comunicado, o conselho de administração do CHMT, presidido por Casimiro Ramos, refere que a decisão de destituição “é sustentada pela incapacidade de o diretor de serviço demitido adotar medidas para garantir um nível satisfatório nas escalas de Cardiologia de apoio à Urgência Médico-Cirúrgica de Abrantes”, que serve toda a população da região do Médio Tejo.
Na nota, a administração indica que David Durão “evidenciou um total desalinhamento com os objetivos da instituição, designadamente a necessidade de atender às especificidades regionais” de um centro hospitalar com as características do CHMT.
“Não obstante as condições de atratividade que foram criadas por este conselho de administração, nomeadamente ao nível de avultados investimentos em equipamentos e meios de diagnóstico, o Dr. David Durão também não conseguiu tomar medidas para evitar a saída de profissionais para outras instituições”, é acrescentado no comunicado.
Assim, é salientado, ficaram “evidentes graves problemas de gestão do serviço, para os quais o conselho de administração não teve outra solução que não a destituição do diretor do Serviço de Cardiologia”.
O conselho de administração adianta igualmente que David Durão “mantém-se em funções, nos quadros do CHMT”, já que a destituição “apenas tem implicações ao nível do seu cargo de diretor do Serviço””.
No comunicado, a administração indica também que a decisão de destituir David Durão do cargo de diretor do Serviço de Cardiologia foi tomada por maioria.
“A destituição e/ou a nomeação de um diretor de Serviço Hospitalar é um ato de gestão que se insere nas responsabilidades inerentes às funções de conselho de administração hospitalar, que é um órgão colegial que delibera por maioria”, lê-se ainda na nota.
Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 266 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo, a par da Golegã, da Lezíria do Tejo, também do distrito de Santarém, Vila de Rei, de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.
Lusa