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Médio Tejo com 45 casos positivos e 80 altas da vigilância (C/ÁUDIO)

2/04/2020 às 00:00

 

O Médio Tejo registou nas últimas 24 horas mais quatro casos positivos de COVID-19, dois em Ourém, um em Tomar e outro em Torres Novas, passando agora a ter um total de 45 doentes infetados com o novo coronavírus. Já no que diz respeito às vigilâncias ativas neste território passaram de 269 para 311, ou seja, mais 42 pessoas que passaram a estar em isolamento profilático porque contactaram de perto com pessoas que estão infetadas com a doença.

Ourém foi o concelho que registou uma maior subida nos dois parâmetros. Mais dois casos positivos e um aumento de 20 vigilâncias ativas.

Também Torres Novas tem mais um caso que acusou positivo no teste, tem agora 6 pessoas infetadas, e regista mais 20 pessoas que entraram em vigilância ativa.

O quarto caso positivo das últimas 24 horas é em Tomar, que passa a registar dez pessoas com a doença provocada pelo novo coronavírus.

Segundo o boletim epidemiológico do Médio Tejo os Concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal e Vila Nova da Barquinha mantêm os mesmos números de ontem e o Entroncamento viu um aumento de mais duas pessoas em vigilância ativa.

De referir que há a registar dois óbitos (Tomar e Alcanena) desde o início da pandemia.

Maria dos Anjos Esperança, Delegada de Saúde ACES Médio Tejo

O ACES Médio Tejo aglutina os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.

Vila de Rei e Sertã são dois concelhos que pertencem à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, mas que na área da Saúde dependem de Castelo Branco, nomeadamente do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Sul, que monitoriza estas situações.

 

 

Delegada de Saúde diz que os testes rápidos não são fiáveis

“Estes testes não estão corretos. Fazem uma publicidade enganosa ao diagnóstico da doença. Há empresas que estão a divulgar um teste rápido se as pessoas estão infetadas com COVID. Isto não traduz com rigor o estado de saúde das pessoas. Estes testes não devem ser feitos por ninguém neste momento” explica a delegada de saúde que acrescenta na explicação o seguinte: “o teste baseia-se na recolha de sangue e pode dar uma falsa segurança à pessoa. Pode dar negativo e a pessoa passa a andar à vontade e já estar infetada pelo vírus. Parecem baratos, mas podem redundar num custo muito caro.”

Maria dos Anjos Esperança pede para não fazerem estes testes, muito menos nos lares. Revela o que funciona neste momento é a higiene, a limpeza, a desinfeção e o isolamento social: “Sei que custa, mas é por aqui que devemos ir (…) fiquem em casa, saiam à rua só para fazer o que precisam”.

Maria dos Anjos Esperança, Delegada de Saúde do Médio Tejo

Estes testes que andam no mercado podem trazer nas promoções que estão acreditados pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos da Saúde), mas não é este organismo que acredita os testes para a COVID-19. Maria dos Anjos Esperança revelou que os testes ao novo coronavírus têm de ser validados pelo Instituto Ricardo Jorge. Maria dos Anjos Esperança explica ainda que os testes fazem a determinação de IGM (anticorpo negativo ou não reagente) e IGG (anticorpo positivo ou reagente), mas “nesta doença e nesta altura de forma nenhuma. As pessoas desenvolvem anticorpos, a uma vacina, por exemplo, só ao fim de dez dias. Neste caso os testes poderão dizer que não há infeção e pode já haver”.

A delegada de Saúde Pública remata a dizer que todos os testes e laboratórios que fazem análises a esta doença (COVID-19) têm de ser acreditados pelo INSA – Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

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