O último dia de conferências do Portugal Air Summit - dedicado a temas de Defesa e de Sustentabilidade - contou com a presença do Ministro da Defesa, Nuno Melo, que abriu o programa desta sexta-feira com uma intervenção que destacou a importância do investimento nesta área, nomeadamente numa altura marcada pelos conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente. O governante ressalvou que “o setor estratégico do novo espaço está em crescimento e voltado para a cooperação. Uma nova era que nos traz desafios e abre portas no setor aeroespacial - áreas em que Portugal se posiciona e Ponte de Sor é protagonista de mudança.”
O Ministro destacou ainda a importância do Portugal Air Summit, no contexto de desenvolvimento e investimento económico no Interior do país. “A importância e dimensão deste evento é prova de que um município do Interior pode ser polo para a atração de empresas, investimento e de mudança. A economia tem na Defesa muitas oportunidades e o lema do Air Summit mostra esse espírito.”
Ainda neste âmbito, o Vice-Chefe do Estado Maior da Força Áerea, Tenente-General Eurico Justino Craveiro, abordou a estratégia dos próximos anos da Força Aérea Portuguesa, onde destacou a aquisição dos ‘caças’ F-35, como um grande passo na evolução da defesa do espaço aéreo português.
Neste segundo dia de conferências, esteve também em destaque a inovação e a tecnologia, sobretudo quando aliadas a uma maior eficácia de técnicas de defesa. Pedro Petiz, Head of Innovation da Tekever, abordou a presença da empresa com drones de reconhecimento na Ucrânia, como exemplo de que muitas vezes os conflitos internacionais acabam por ser um motor de maior pesquisa de inovação. “A inovação é circular. Abrir espaço para novas tecnologias é um abrir portas a outras tantas”, referiu.
No que diz respeito à sustentabilidade e energias renováveis na aeronáutica, José Fragnan, da Heart Aerospace, apresentou o primeiro avião híbrido de passageiros, cuja produção poderá passar por Ponte de Sor. A empresa sueca, fundada em 2018, reforçou a importância da existência “de um ecossistema favorável à aviação elétrica, para que estas empresas se fixem nos territórios”.
Por outro lado, no painel onde foram discutidas as energias renováveis para uma aviação mais ecológica, representantes da GALP, Vinci Energies, GASIN e ANAC Brasil relembraram a importância de se atingir a neutralidade carbónica até 2050, através de um maior uso biocombustíveis na aviação, de forma a que energias limpas façam parte dos nossos aeroportos.
Mário Chaves, COO TAP, abordou o futuro das companhias aéreas, referindo que “uma das marcas mais importantes que a TAP tem hoje é a sua frota, que é uma das mais modernas da Europa e com menor emissão de CO2.” O responsável revelou ainda o reforço da operação da companhia aérea no Brasil e nos EUA
Num dos painéis da tarde - Transformando Aeroportos para um Futuro Sustentável – foi debatida a importância de um trabalho conjunto no caminho da sustentabilidade e ainda dos desafios que ainda se impõe neste campo, em várias áreas, mas sobretudo na mobilidade elétrica.
Hugo Hilário, Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, encerrou as conferências do Portugal Air Summit, juntamente com o Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, e Pedro Siza Vieira, antigo ministro.
O ex-ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital destacou a importância deste setor e a “pujança desta cimeira”, como algo muito simbólico da transformação da economia portuguesa neste setor, sublinhando o “crescimento muito significativo do volume de negócios na indústria aeronáutica, que mostra que este setor é cada vez mais um valor acrescentado.” Pedro Siza Vieira elogiou o território de Ponte de Sor, onde “o Portugal Air Summit não está isolado. Apoia-se e alavanca um conjunto de empresas que foram capazes de criar valor, criar emprego qualificado e atrair mais gente a esta terra.”
Hugo Espírito Santo, Secretário de Estado das Infraestruturas, ressalvou que o setor da aeronáutica enfrenta desafios “de décadas, do ponto de vista da sustentabilidade, das rotas aéreas, depois do período que passou durante a pandemia”. Por isso, o governante destacou quatro pontos de ação fundamentais: desenvolver e requalificar a rede de infraestruturas aeroportuárias; diversificação e globalização das companhias aéreas a operar em Portugal, de forma a incrementar o turismo e economia; potenciar um ecossistema que promova tudo o que rodeia o setor e os aeroportos, como a aposta na formação, na sustentabilidade e nos combustíveis renováveis e, ainda, continuar a manter todo o espiríto de desenvolvimento na aeronáutica e aeroespacial.
O Presidente da Câmara de Ponte de Sor não tem dúvidas de que o concelho “afirma-se definitivamente como uma âncora do cluster aeronáutico português. Provámos, mais uma vez, que uma cidade do Interior de Portugal pode ser um polo estratégico de inovação, com capacidade para atrair empresas, investidores, projetos e recursos especializados, afirmando a sua relevância no mapa da economia nacional e ganhando uma projeção global num contexto fortemente internacionalizado.” Hugo Hilário deixou ainda uma garantia: “O nosso compromisso é continuar a criar as melhores condições para que a indústria aeronáutica e aeroespacial continue a prosperar em Ponte de Sor, garantindo um futuro de progresso e desenvolvimento.”
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