O presidente executivo (CEO) da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, considerou que a proposta apresentada para conversão da central do Pego, em Abrantes, é “muito ambiciosa” e “quase disruptiva” e está confiante de que vai ganhar o concurso.
“Não podia deixar de estar confiante [que ganha o concurso], não só porque na primeira avaliação do júri aparecemos com uma classificação destacada e, depois, porque sabemos o esforço que fizemos, o trabalho que fizemos e que temos realmente uma proposta muito ambiciosa”, disse o responsável, em entrevista à agência Lusa.
A decisão final deverá ser conhecida em breve, sendo que, no relatório preliminar divulgado pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), a Endesa obteve a melhor pontuação do júri, entre as seis propostas participantes, para a reconversão da Central Termoelétrica do Pego.
A proposta apresentada pela empresa espanhola que atua na distribuição de gás natural e na geração e distribuição de energia elétrica obteve uma pontuação de 3,72, batendo as propostas da Tejo Energia SA, EDP Renováveis, Greenvolt, Brookfield Ltd & Bondalti SA e Voltalia SA.
Segundo Nuno Ribeiro da Silva, o projeto apresentado a concurso pela Endesa concentrou-se sobretudo em dois aspetos: a valorização da região e a combinação de tecnologias.
“Nós conhecemos muito bem a região, estamos lá desde os anos 90”, realçou o responsável, acrescentando que o projeto está “muito focado” em “trazer várias componentes de valor para a região”, em termos de emprego e de compensações para a região de Abrantes e da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo.
“Por outro lado, [é] uma proposta que, sob o ponto de vista de combinação de tecnologias, é, eu diria, quase disruptiva e extremamente conseguida na forma como complementamos as características das várias tecnologias: vento, sol, baterias e abertura para o hidrogénio”, sublinhou o CEO.
Nuno Ribeiro da Silva; CEO da Endesa
Crédito foto: O Instalador
O Governo abriu um concurso público para a atribuição do ponto de injeção na Central do Pego, cujo Contrato de Aquisição de Energia da Tejo Energia terminou em 30 de novembro de 2021.
A conversão da central motivou um desentendimento entre os acionistas da Tejo Energia, a TrustEnergy e a Endesa, uma vez que o primeiro queria converter a central num Centro Renovável de Produção de Energia Verde, baseada na biomassa (queima de resíduos florestais), com o qual a Endesa não concordava.
Relativamente a outros projetos, Nuno Ribeiro da Silva adiantou ainda que a Endesa foi um dos 12 concorrentes ao leilão para instalação e exploração de centrais fotovoltaicas em sete barragens do país, cujo prazo para apresentação de propostas terminou em 02 de março.
Apesar de se tratar de projetos que “não são fáceis”, disse, tanto do ponto de vista económico, como do técnico, a empresa apresentou propostas para as barragens do Alqueva, Tabuaço e Alto Rabagão.
De acordo com o calendário enviado à Lusa, a licitação decorre em 04 de abril.
O Governo vai leiloar a exploração de 263 megawatts (MW) de energia solar em sete barragens do país, dos quais 100 em Alqueva, o "maior projeto de solar flutuante no mundo", segundo o secretário de Estado da Energia, João Galamba.
Segundo o despacho publicado, na região hidrográfica do Tejo, serão leiloados, 50 MW em Castelo de Bode e 33 MW no Cabril, e na região Norte serão leiloados 42 MW no Alto Rabagão, 17 em Vilar-Tabuaço, 13 MW em Paradela e 8 em Salamonde.
C/ Lusa