A pouco tempo de se assinalar um ano desde a formalização da Tejo Ambiente, uma empresa intermunicipal na área no abastecimento público de água, saneamento básico e recolha de resíduos sólidos urbanos, chegou a hora de arrancar com os serviços nos concelhos de Mação, Sardoal, Vila Nova da Barquinha e Ferreira do Zêzere.
Com data de arranque inicialmente prevista para 1 de janeiro de 2020, apenas dois dos seis concelhos envolvidos conseguiram iniciar os serviços na altura - Ourém e Tomar - tendo os restantes ficado adiados por não terem ainda todas as condições necessárias e também pelos recentes constrangimentos provocados pela pandemia de Covid-19. Terminado o período de transição previsto contratualmente de seis meses, estes municípios dão agora o passo em frente, com o início do funcionamento dos postos de atendimento.
Importa assim perceber aquilo com que os munícipes podem contar e quais os objetivos e expectativas para o caminho que agora se inicia. Falámos com o presidente da Assembleia Geral da Tejo Ambiente e também autarca de Mação, Vasco Estrela.
“Foi uma aposta que fizemos (…) esperemos que as coisas corram bem. As mudanças criam sempre ruído, nem sempre são bem apreendidos os objetivos dessas mudanças”, diz-nos.
Mas qual é o propósito desta empresa? O autarca admite que é, a seu ver, um “objetivo nobre, no sentido de melhorar o serviço que já prestamos e, mais do que isso, termos capacidade de vermos concretizados uma série de investimentos fundamentais nesta área, nomeadamente em termos do abastecimento de água, que não conseguiríamos fazer se fosse o Município sozinho a ter essa responsabilidade”.
Vasco Estrela em declarações à Antena Livre
O responsável admite haver “ganhos de escala importantes” através da Tejo Ambiente e diz que não haverá prejuízos para as pessoas, mesmo com um aumento de tarifas:
No caso de Mação, autarquia dirigida por Vasco Estrela, o autarca diz que “não era que as coisas estivessem mal mas chegamos a um ponto onde entendemos que as mais-valias que podemos vir a obter com esta adesão”.
O responsável explica então quais as melhorias que no caso do concelho de Mação, são esperadas:
“Entendemos que uma empresa intermunicipal exclusivamente para esta área traga uma maior capacidade de fazer tudo isso”, assume Vasco Estrela.
“O ano de 2020 ficará marcado por esta nova realidade que se prende com o facto de a Câmara Municipal de Mação deixar de ter responsabilidade de gerir o abastecimento de água, saneamento e recolha de RSU, com a entrada em funcionamento no concelho da Tejo Ambiente, que fará a gestão de todos os serviços relacionados com o abastecimento de água, saneamento e recolha de resíduos. Este facto vai implicar uma reestruturação e reafectação de trabalhadores, mas julgamos ser um passo importante para uma gestão deste serviço de forma integrada e inovadora, para oferecer ainda mais qualidade aos nossos Munícipes", diz ainda o autarca em comunicado.
Na prática, a Tejo Ambiente tem a partir deste mês de junho um posto de atendimento ao público em Mação, tal como acontece em Ferreira do Zêzere, Ourém, Sardoal, Tomar e Vila Nova da Barquinha.
Mação: A Loja de atendimento da Tejo Ambiente em Mação abre ao público a 1 de junho na Rua Comandante Manuel Marques, n.º 10 – C. O horário de atendimento será feito entre as 8h30m e as 15h30m com as devidas restrições amplamente anunciadas pela Direção Geral de Saúde, em virtude da COVID‐19.
Vila Nova da Barquinha: A Loja de atendimento da Tejo Ambiente em Vila Nova da Barquinha abre também ao público a 1 de junho na Travessa da Guiné 6‐A. O horário de atendimento será feito entre as 8h30m e as 15h30m, também com as devidas restrições amplamente anunciadas pela Direção Geral de Saúde, em virtude da COVID‐19.
Luís Albuquerque (Ourém), Anabela Freitas (Tomar), João Ataíde (sec. Estado Ambiente), Miguel Borges (Sardoal), Jacinto Lopes (Ferreira Zêzere), Vasco Estrela (Mação) e Fernando Freire (Barquinha) na formalização da Tejo Ambiente, em julho de 2019
A gestão dos serviços de abastecimento de água e saneamento de águas residuais nestes concelhos passam agora para empresa Tejo Ambiente. Esta entidade intermunicipal pretende investir 124 milhões de euros ao longo de 30 anos. Com um capital social de 600 mil euros, as maiores participações são detidas pelos municípios de Tomar e de Ourém (com 35,63% e 32,37%, respetivamente), seguidos de Mação (10,85%), Ferreira do Zêzere (7,94%), Vila Nova da Barquinha (7,63%) e Sardoal (5.58%).
Pode recordar a criação desta empresa aqui: https://www.antenalivre.pt/regiao/medio-tejo-cria-empresa-de-ambiente-com-seis-municipios/
Ana Rita Cristóvão