Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, anunciou ontem, em Viseu, o objetivo de promover os territórios do Interior a nível do turismo, discriminando-os de forma positiva em relação ao litoral. As declarações foram feitas numa sessão pública sobre a Agenda para o Turismo no Interior, que decorreu no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu.
"A coesão territorial é uma prioridade deste Governo e, nesse sentido, os territórios do Interior devem ser uma prioridade na promoção turística", afirmou o governante, acrescentando que "o Interior tem produtos turísticos únicos que devem ser valorizados".
Para concretizar esta intenção, o Secretário de Estado exemplificou com medidas que discriminam positivamente os territórios do Interior. São os casos do programa Consolidar + Turismo, que prevê mais apoios para empresas do Interior; do Portugal Events, que vai diferenciar positivamente os eventos que decorram em destinos afastados do litoral; e da valoração adicional das produções internacionais que escolham filmar em territórios de baixa densidade, ao abrigo da Portugal Film Commission. Nuno Fazenda anunciou ainda que o Governo pretende apresentar a Agenda para o Turismo no Interior em abril.
A sessão em Viseu integrou o Roteiro da Agenda para o Turismo no Interior, que o governante está a realizar pelo interior do país entre 31 de janeiro e 3 de fevereiro, com o objetivo de ouvir e debater com os atores locais os desafios, as potencialidades e as prioridades do turismo no interior.
Além de Nuno Fazenda, os discursos de abertura da sessão estiveram a cargo de Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, Leonor Barata, vereadora do Turismo e Cultura da Câmara Municipal de Viseu, e José dos Santos Costa, presidente do Instituto Politécnico de Viseu.
Na ocasião, Pedro Machado salientou a preocupação em combater a sazonalidade, a litoralização e a reduzida estadia média, assim como o despovoamento, problemas que afetam a atividade turística no Interior. Para fazer face a estas dificuldades, Pedro Machado defendeu que devem ser destacados os grandes trunfos do Interior do país. "O Interior de Portugal é o luxo do século XXI, uma vez que oferece tempo, silêncio e segurança. Se passarmos esta mensagem aos mercados internacionais, nomeadamente os mercados emergentes, seremos capazes de atrair mais turistas a estes territórios", disse.
Seguiu-se um primeiro painel, intitulado “O Turismo no Interior e no Centro – Redes e Conhecimento”. Moderado por Filipe Silva, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, o painel teve intervenções de Jorge Brandão, vogal Executivo do Programa Centro 2020, Carlos Ascensão, presidente das Aldeias Históricas de Portugal, e Paulo Fernandes, presidente da ADXTUR – Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto.
Com moderação de Jorge Loureiro, vice-presidente da AHRESP, o segundo painel da sessão teve como tema “O Turismo no Interior e no Centro – As Empresas”. Os oradores foram João Cotta (presidente da AIRV - Associação Empresarial da Região de Viseu), Ana Berliner (Casa da Cisterna), Maria Manuel Silva (Casas da Lapa, Nature & SPA Hotel), Gualter Mirandez (presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu) e Fernando Daniel Nunes (administrador da Visabeira).
Antes do secretário de Estado encerrar a sessão, houve ainda um animado debate com empresários e forças vivas da região.
Refira-se que, no âmbito do Roteiro da Agenda para o Turismo no Interior, Nuno Fazenda visitou, também ontem, a Casa das Fidalgas, em Santar, Nelas, e o Grande Hotel Lisboa, nas Termas de São Pedro do Sul.