O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, receberam hoje o cortejo fúnebre do antigo chefe de Estado Mário Soares no Mosteiro dos Jerónimos, perto das 13:10.
Antes da abertura da câmara ardente ao público, as duas mais altas figuras do Estado acompanharam a chegada da urna ao Mosteiro dos Jerónimos, num momento reservado à família, a quem apresentaram os seus pêsames.
No local esteve também a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, a representar o Governo, em substituição do primeiro-ministro, António Costa, que se encontra na Índia em visita de Estado.
Coberta pela bandeira nacional, a urna com o corpo de Mário Soares chegou ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, transportada num armão da Guarda Nacional Republicana (GNR), uma carruagem militar puxada por quatro cavalos.
À chegada aos Jerónimos, sete minutos depois das 13:00, o cortejo fúnebre foi recebido por palmas por parte de algumas centenas de pessoas presentes na Praça do Império, e ouviram-se gritos de "Soares é fixe", o 'slogan' da campanha presidencial de Mário Soares de 1986.
Na Praça do Império, uma guarda de honra da Guarda Nacional Republicana (GNR), com estandarte nacional e banda de música, constituída por 131 militares, aguardaram a chegada da urna.
Após receber honras militares, a urna foi transportada ao ombro por seis militares da GNR e deu entrada no Mosteiro dos Jerónimos ao som da marcha fúnebre, seguida por familiares e amigos do antigo Presidente da República e pelas entidades oficiais.
No mosteiro, foi levada para a Sala dos Azulejos. Junto à cabeceira, foram colocados um busto da República e as insígnias de Grande-colar da Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito e de Colar da Ordem da Liberdade.
Aos pés da urna, foram depositadas coroas de flores em nome do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro.
Um de cada vez, Marcelo Rebelo de Sousa, Ferro Rodrigues e Maria Manuel Leitão Marques ajeitaram as coroas de flores e apresentaram pêsames à família de Mário Soares, retirando-se em seguida.
Pouco depois, entraram na Sala dos Azulejos o histórico socialista Manuel Alegre, o presidente e líder parlamentar do PS, Carlos César, e o deputado do PS Miranda Calha, que já estavam à entrada do mosteiro quando o cortejo fúnebre chegou, e também a mulher do primeiro-ministro, Fernanda Tadeu.
Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.
O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos até à meia-noite de hoje, e entre as 08:00 e as 11:00 de terça-feira.
O funeral realiza-se pelas 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Nascido em 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
Lusa
Crédito: DANIEL ROCHA