Ações de sensibilização à população para a prevenção da saúde, reforço dos serviços de proximidade e de recursos humanos foram três medidas que a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) defendeu ontem junto da Comunidade Intermunicipal.
“Não está em causa a reafirmação do nosso apoio ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, disse à agência Lusa o porta-voz da CUSMT, Manuel José Soares, tendo indicado como “necessidade” para melhoria do serviço e cuidados prestados às populações “o reforço dos cuidados de prevenção”, as “questões da proximidade e de facilitar o acesso” a cuidados de saúde, com uma “nota especial” para a necessidade do “reforço dos recursos humanos, não só médicos, como enfermeiros, assistentes operacionais e até administrativos, na perspetiva de um trabalho mais valorizado e de proximidade com os utentes”.
O representante da CUSMT falou à Lusa após uma reunião que decorreu em Tomar (Santarém), com o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos, e que tinha por objetivo “debater a prestação de cuidados de saúde na Região, agora no enquadramento das novas competências das autarquias e da criação da Unidade Local de Saúde” (ULS) do Médio Tejo.
A CUSMT, que procurou “sensibilizar” aquela estrutura autárquica “para o reforço das ações de prevenção”, em “criar condições para aumentar a prestação de cuidados de proximidade” e para “iniciativas de reivindicação de mais trabalhadores no setor da saúde junto do poder político e da Direção Executiva do SNS” (DE SNS), serviu ainda para a organização “demonstrar a importância da articulação do setor da saúde com as organizações de ação social”.
Como resultado, salientou Manuel Soares, a CIM Médio Tejo vai passar a ter “reuniões mensais” com as estruturas de utentes para “aprofundar diversos assuntos”, para “trocar informações e analisar o trabalho que vai sendo feito e a necessidade de apressar a resolução de alguns problemas”.
Por outro lado, indicou, a CIM Médio Tejo ficou “sensibilizada” para a possibilidade de, a par das 11 autarquias que a integram, “difundir mensagens e promover informações em matéria de prevenção de cuidados de saúde nos seus próprios meios”, nomeadamente os digitais.
Manuel Soares disse ainda ter abordado a “importância da coesão territorial”, nomeadamente nos cuidados de saúde, “aproveitando as estruturas que existem”, e que estão encerradas.
A CUSMT lançou na segunda-feira um abaixo-assinado pela valorização dos cuidados de saúde de proximidade, numa iniciativa que pretende envolver a população em soluções para “corrigir o que está mal e multiplicar o que está bem”.
O representante dos utentes apontou à Lusa, na ocasião, a “articulação dos diversos níveis de cuidados, as intermitências no funcionamento das urgências, a necessidade de mais recursos humanos, aumentar a eficácia das ações de prevenção e reforçar os cuidados de proximidade, com a reabertura das extensões de saúde encerradas ou sem cuidados médicos”, como exemplos do que há a melhorar.
Com uma área geográfica de 2.715 quilómetro quadrados, a CIM Médio Tejo integra os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, e Vila Nova da Barquinha (todos do distrito de Santarém), com um total de 227.990 habitantes (censos 2011).
A ULS Médio Tejo, criada no âmbito da reorganização dos serviços de saúde em 01 de janeiro, é constituída pelo Hospital Dr. Manoel Constâncio (Abrantes), Hospital Nossa Senhora da Graça (Tomar) e Hospital Rainha Santa Isabel (Torres Novas), além de 35 Unidades Funcionais de Cuidados de Saúde Primários, dando resposta direta a cerca de 170 mil utentes dos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei.
Lusa