O executivo camarário de Abrantes, aprovou, ontem, por maioria, a proposta de prorrogação do Regulamento de “Incentivos Financeiros a Médicos”, por mais um ano. O BE votou contra à proposta apresentada.
Com a edificação da Unidade de Saúde Familiar D. Francisco de Almeida (USF), o Município de Abrantes criou um incentivo financeiro de 9 mil euros, por ano, que tinha como objetivo estimular a permanência dos médicos, que fossem reconhecidos pelo ACES, e que viessem a integrar a USF.
O objetivo do Município é dar continuidade ao sistema de Incentivos Financeiros, como também alargar o Regulamento para a nova USF de Rossio ao Sul do Tejo, que deverá ser inaugurada brevemente.
“É um incentivo que nós queremos continuar, pois consideramos que é da maior importância para a nossa comunidade, sobretudo no apoio aos nossos utentes. E queremos continuar [com este incentivo] para a USF de Abrantes como também queremos aplicá-lo na nova USF de Rossio ao Sul do Tejo”, disse à Antena Livre João Caseiro Gomes, vice-presidente da Câmara.
O Incentivo “apoia a fixação dos médicos no nosso concelho e ajuda-nos atrair mais médicos, dando outra resposta aos utentes”, considerou o vereador.
Posição diferente teve Armindo Silveira, vereador eleito pelo BE, na reunião de Câmara realizada ontem. O vereador considerou que este assunto diz respeito à Administração Central e não aos Municípios.
“Esta prorrogação desresponsabiliza a Administração Central. E os munícipes do concelho de Abrantes continuarão a pagar por duas vezes pelo mesmo serviço”, referiu.
Armindo Silveira (BE)
“Ainda recentemente, o BE propôs que o Governo recuasse numa decisão de ir além da redução do défice estipulado no Orçamento de Estado, acordado e votado pelos parceiros de coligação, e assente por Bruxelas. Estando em causa 600 ME, verba que deveria ser utilizada na saúde e na educação, continuando a ser penalizada a situação da falta de médicos”, acrescentou ainda Armindo Silveira.
Em resposta, Celeste Simão (PS), vereador na Câmara Municipal de Abrantes, considerou que a votação da proposta em causa não podia ser analisada com questões nacionais, mas sim locais.
“O BE reclama tanto pelas questões da saúde e pelos cuidados médicos nas freguesias e depois quando a Câmara tem uma atitude de tentar resolver o problema, votam contra”, salientou indignada a responsável.
“Nós, não podemos estar a votar contra a uma situação destas, baseados nas questões do défice, da mercantilização… Nós temos de votar baseados nas questões locais e que dizem respeito aos nossos munícipes. E eu penso que o que está aqui em causa é honrar a palavra dada aos nossos munícipes de que estaríamos ao lado deles na resolução deste problema”, reforçou ainda a vereadora.
Reunião de Câmara realizada ontem
Os “Incentivos Financeiros a Médicos” já foram atribuídos até ao momento a quatro profissionais. Três que integram a USF D. Francisco de Almeida desde a entrada do seu funcionamento e uma médica que iniciou funções na USF em janeiro de 2018.
O Regulamento de “Incentivos Financeiros a Médicos” foi firmado em protocolo no ano de 2014, entre a Câmara Municipal de Abrantes, o ACES Médio Tejo e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.