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Abrantes: Unidade de Cuidados na Comunidade abre no início do próximo ano na antiga Casa de Saúde

10/12/2018 às 00:00

O Município de Abrantes e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) assinaram hoje, ao início da tarde, um protocolo que permite estabelecer as condições necessárias à instalação de uma Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC), na antiga Casa de Saúde, no Alto de Santo António.

O Município compromete-se a arrendar e a disponibilizar à ARSLVT, a título gratuito, o edifício da antiga Casa de Saúde e a realizar as obras necessárias, que rondam cerca de 42,5 mil euros, para a adaptação do edifício a uma UCC.

A cerimónia de hoje também serviu para formalizar o arrendamento do Município a Luís Fernandes, proprietário do imóvel e da Liga de Amigos do Hospital de Abrantes, pelo valor de 1.350 euros mensais. O responsável há muito tempo que ansiava que aquele equipamento voltasse a ser utilizado para fins de cuidados de saúde.

Presente no momento, Luís Pisco, presidente da ARSLVT, congratulou-se com o trabalho da Câmara Municipal em prol dos cuidados de saúde.

O presidente da ARSLVT vincou que “o empenho da Câmara Municipal tem sido inexcedível e, por isso, temos de o agradecer”.  Luís Pisco aproveitou o momento para dizer que “a reforma dos cuidados de saúde primários é muito mais do que as USF - Unidades de Saúde Familiares. Não é que a prestação de cuidados pelas USF não seja importante e as USF continuam a ter muito empenho aqui na região, mas é injusto que de facto as outras unidades funcionais não tenham o reconhecimento que lhes é devido. A começar pelas Unidades de Saúde Públicas e, neste caso, as Unidades de Cuidados na Comunidade”.

Luís Pisco 

“Cada vez mais, a prestação de cuidados na comunidade continua a ser determinante porque há um conjunto de profissionais, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos ... um conjunto de áreas que são absolutamente imprescindíveis para esses cuidados. Mas não só, ao nível da promoção e da educação para a saúde”, salientou.

Maria do Céu Albuquerque, presidente da CMA, referiu que após as obras “pequenas” de adaptação que irão ocorrer na antiga Casa de Saúde, espera que no início do próximo ano a UCC esteja instalada e ao serviço da população do concelho.

Sobre a instalação da UCC em Abrantes, a autarca explicou que a Câmara propôs que o trabalho de instalação da nova valência pudesse acontecer e “o que é facto, é que o Ministério das Finanças não deu ainda luz verde ao processo. Assim, nós ficámos com duas formas de trabalhar: ou ficávamos de braços cruzados à espera que acontecesse alguma coisa ou encontrávamos a solução e nós entendemos que devíamos de encontrar a solução”.

“Assim, entendemos que iríamos fazer o aluguer do espaço, as obras de adaptação e disponibilizarmos [à ARSLVT]. No fundo, não é diferente do que achamos que tem de acontecer, e que felizmente vai acontecer, que tem a ver com a descentralização de competências na área da saúde. Porque o que vamos fazer é gerir infraestruturas”, fez notar Maria do Céu Albuquerque.

Luís Fernandes, proprietário da antiga Casa de Saúde, e Maria do Céu Albuquerque na assinatura do protocolo de arrendamento

A presidente da CMA disse defender desde há muito tempo que deve haver uma integração entre “ cuidados primários, hospitalares e continuados, nomeadamente com as Unidades Locais de Saúde”, dando conta que em Abrantes é o trabalho que se está a fazer.

Por último, a autarca abrantina referiu que está a ser desenvolvido um trabalho entre a Câmara Municipal e o ACES do Médio Tejo, através do Transporte a Pedido, para que seja possível aproximar as pessoas dos cuidados de saúde primários e que esse projeto será divulgado em breve.

Recorde-se que na reunião do passado dia 15 de maio, o executivo camarário já tinha aprovado a minuta de protocolo a celebrar entre o Município e a ARSLVT que tinha como objetivo estabelecer as condições necessárias à instalação de uma UCC na antiga Casa de Saúde.

Nessa reunião, a presidente avançou que a UCC iria nascer no primeiro andar da antiga Casa de Saúde, no Alto de Santo António e que o Município iria assim assumir as obras e a renda até que a ARSLVT tivesse condições para poder assumir o encargo.

Segundo a página oficial da ARSLVT, uma Unidade de Cuidados na Comunidade “presta cuidados de saúde e apoio psicológico e social de âmbito domiciliário e comunitário, essencialmente a pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo. E atua na educação para a saúde, na integração em redes de apoio à família e na implementação de unidades móveis de intervenção”.

“A equipa da UCC é composta por enfermeiros, assistentes sociais, médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas da fala e outros profissionais consoante as necessidades e disponibilidades de recursos”, pode ler-se.

Hoje, na cerimónia de assinatura do protocolo marcou presença várias individualidades, entre as quais Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo,  Sofia Theriaga, diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo, João Caseiro Gomes, vice-presidente, Armindo Silveira, vereador do BE, os presidentes de Junta de freguesia de Abrantes e Alferrarede, Bruno Tomás, de Tramagal, Victor Hugo Cardoso, de Bemposta, Manuel Alves, de São Facundo e Vale das Mós, António Campos, de Aldeia do Mato e Souto, Álvaro Paulino, os profissionais de saúde que vão ingressar no novo espaço e demais personalidades.

 

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