As pessoas autistas têm um cérebro menos assimétrico do que o habitual, conclui um estudo divulgado, que reforça o princípio de que alterações cerebrais estão envolvidas na perturbação de comportamento em causa.
O estudo analisou dados de exames ao cérebro feitos a 1.774 pessoas com autismo, por comparação a 1.809 pessoas saudáveis.
Os cientistas que conduziram o trabalho constataram que as pessoas autistas têm um cérebro menos assimétrico do que as pessoas saudáveis, o que significa que, ao contrário do que é normal, os hemisférios direito e esquerdo do cérebro são mais semelhantes.
No cérebro de uma pessoa saudável, a espessura do córtex cerebral - camada fina e mais externa do cérebro - difere entre os hemisférios esquerdo e direito.
A assimetria cerebral explica por que razão o hemisfério esquerdo controla a mão direita e domina, para a maioria das pessoas, a linguagem, exemplifica em comunicado o Instituto Max Planck de Psicolinguística, na Holanda, que participou no estudo, realizado por um consórcio internacional de cientistas para a investigação da estrutura e função do cérebro e doenças associadas (ENIGMA).
Os autores do estudo sugerem que alterações no desenvolvimento do eixo esquerdo-direito do cérebro estão envolvidas no autismo, afetando as diferentes funções associadas a regiões cerebrais.
Os investigadores ressalvam, no entanto, que as pequenas diferenças detetadas na assimetria do cérebro entre pessoas autistas e saudáveis não permitem, no futuro, ser usadas para efeitos de prognóstico clínico do autismo.
O autismo, que se manifesta em criança, é uma perturbação do desenvolvimento que se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação social e comportamentos, interesses ou atividades repetitivas.
(Lusa)