As escolas de todos os graus de ensino vão suspender todas as atividades letivas presenciais a partir de segunda-feira devido ao surto Covid-19, anunciou hoje primeiro-ministro, António Costa, numa declaração ao país.
Esta medida, temporária, até ao fim do período letivo, antes das férias da Páscoa, será reavaliada em 09 de Abril.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje o encerramento de discotecas, a redução da lotação máxima dos restaurantes, a limitação do número de pessoas em centros comerciais e serviços públicos e a proibição de desembarque dos passageiros de cruzeiros.
Estas são algumas das medidas que o Conselho de Ministros irá hoje aprovar devido à pandemia do Covid-19 e que foram anunciadas por António Costa numa declaração na residência oficial de São Bento.
"Nós vamos determinar o encerramento das discotecas e estabelecimentos similares, reduzir em um terço a lotação máxima de cada estabelecimento de restauração de forma a aumentar o espaçamento entre os diferentes clientes, vamos determinar a limitação da frequência de centros comerciais ou de serviço públicos de forma a que a sua frequência se adeque ao espaço de cada um sem que haja um excesso de pessoas simultaneamente dentro do mesmo espaço", elencou.
De acordo com o primeiro-ministro, o Governo vai também "determinar a proibição de desembarque dos passageiros de navios de cruzeiro, que poderão continuar a aportar para efeitos de reabastecimento, com a exceção dos residentes em Portugal".
"Tal como já foi determinado em relação à região norte, será estendida a todo o país a limitação de visitas a lares de idosos", anunciou ainda.
Covid-19:“Não há o partido do vírus e o partido do antivírus” - António Costa
O primeiro-ministro elogiou hoje o apoio de todas as forças políticas, “sem exceção”, às medidas do Governo para responder ao surto de Covid-19 e afirmou que “não há o partido do vírus e o partido do antivírus”.
“Esta é uma luta pela nossa própria sobrevivência”, afirmou António Costa, numa declaração ao país, a partir da Residência Oficial de São Bento, em Lisboa, rodeado pelos ministros da Saúde, Marta Temido, da Economia, Pedro Siza Vieira, do Trabalho, Ana Mendes Godinho, e pelos secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e da Presidência, Tiago Antunes.
António Costa lembrou ter tomado a iniciativa de “ouvir todos os partidos políticos sobre o conjunto de medidas que o Conselho de Ministros hoje de manhã discutiu”, para lhes explicar as medidas, “ouvir sugestões” antes de adotar “medidas com tradução legislativas”.
“Senti por parte de todos os partidos, sem exceção, o empenho de partilharmos em conjunto esta batalha que é de todos. Não há o partido do vírus e do antivírus. Esta é uma luta pela nossa própria sobrevivência”, disse ainda.
Após a declaração ao país, António Costa e os restantes ministros seguiram para a Presidência do Conselho de Ministros onde vai terminar a reunião do Governo iniciada hoje de manhã, e interrompida para os encontros com os partidos políticos.
O primeiro-ministro, António Costa, avisou hoje que no coronavírus está em causa a “luta pela nossa própria sobrevivência” e que o surto “ainda não atingiu o seu pico”, podendo ser mais duradouro do que se estimou.
“Esta é uma luta pela nossa própria sobrevivência, pela proteção da saúde dos portugueses e estamos todos juntos nesta luta”, dramatizou António Costa, numa declaração na residência oficial, em Lisboa, depois de uma ronda de reuniões com todos os partidos com assento parlamentar sobre as medidas que o Governo vai adotar no combate ao Covid-19.
Para o primeiro-ministro, é preciso “assumir e partir do princípio que esta pandemia no continente europeu, e, designadamente em Portugal, ainda não atingiu o seu pico”.
“Pelo contrário, está em fase de evolução de modo que é muito provável que nas próximas semanas mais doentes venham a ser contaminados, porventura com mais graves consequências para a sua saúde e para a sua própria vida e que este possa ser um surto mais duradouro do que se possa ter estimado inicialmente”, admitiu.
Por isso, António Costa reiterou que se deve “desejar o melhor”, mas todos têm que “estar preparados para o pior”.
“Aquela que é a maior responsabilidade de cada um de nós é cuidar do outro”, apelou, insistindo na necessidade de respeitar as regras de higiene e limitar “ao máximo o nível de circulação e contacto social”.
No final desta declaração, o primeiro-ministro seguiu para a Presidência do Conselho de Ministros, onde prossegue a reunião do executivo - suspensa ao final desta manhã - e da qual sairão as medidas, em parte já anunciadas por António Costa, para combate ao novo coronavírus.
O primeiro-ministro prometeu hoje criar, “em conjunto com as entidades patronais”, um mecanismo para assegurar a “remuneração parcial” dos pais que fiquem em casa com os filhos pelo fecho das escolas devido ao surto de Covid-19.
O anúncio foi feito por António Costa numa comunicação ao país, a partir da Residência Oficial de São Bento, em Lisboa, para anunciar algumas das medidas de resposta, em Portugal, à pandemia, neste caso para tentar assegurar a proteção no emprego.
O executivo irá criar “um mecanismo especial que assegure a remuneração parcial”, em conjunto com as entidades patronais de forma a minorar o impacto negativo no rendimento das famílias”, dado que a lei não prevê qualquer medida para situações deste tipo, em que os pais têm que de ficar em casa com os filhos devido à suspensão das atividades letivas presenciais.
Os apoios a familiares que estão com um filho de quarentena ou as baixas médicas vão ser “extensíveis aos trabalhadores independentes”, ou seja, que trabalham com recibos verdes, afirmou ainda.
Após a declaração ao país, António Costa e os restantes ministros seguiram para a Presidência do Conselho de Ministros onde vai terminar a reunião do Governo iniciada hoje de manhã, e interrompida para os encontros com os partidos políticos.
As medidas do plano de contingência vão ser detalhados, mais tarde, numa conferência de imprensa na Presidência do Conselho de Ministros.