A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) colocou em alerta laranja, o segundo mais grave da escala, os distritos de Lisboa, Porto e Braga devido à pandemia covid-19, anunciou ontem a entidade.
Em conferência de imprensa, o comandante nacional da Proteção Civil, Duarte Costa, disse que a decisão de elevar o estado de alerta deve-se ao facto de aqueles distritos serem os que apresentam mais riscos e mais casos de infeções com o novo coronavírus, que causa a Covid-19.
A medida, prosseguiu, pretende mitigar os efeitos da pandemia e implica maior prontidão e disponibilidade dos meios da Proteção Civil.
Os restantes distritos continuam em alerta amarelo.
Na terça-feira, as autoridades já tinham ativado o plano nacional de emergência de proteção civil devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Num balanço do que está a ser feito, Duarte Costa explicou que devido à covid-19 foram elevados os estados de alerta especial (para amarelo, com três em alerta laranja) para haver “uma maior coordenação e uma atividade mais próxima”, para criar medidas de controlo e coordenação e “mitigar os efeitos da covid-19”.
Duarte Costa referiu que foram ativadas as reuniões das comissões distritais de proteção civil, que decidem sobre a ativação dos planos distritais de emergência e proteção civil.
“Neste momento”, dos 18 planos possíveis de ativar no continente 10 estão ativos: Aveiro, Bragança, Coimbra, Faro, Guarda, Leiria, Porto, Santarém, Vila Real e Viseu. A “qualquer momento” pode haver outro plano distrital ativado, adiantou o responsável.
Os centros de coordenação operacional nacional e distritais estão a trabalhar em permanência e no âmbito dos planos de contingência a ANEPC tem criado “reservas estratégicas”, quer de recursos logísticos quer sobretudo humanos, para que se operacionais de serviço ficarem, por exemplo, doentes outros possam avançar.
Também foi ativada a sub-comissão nacional de proteção civil, que funciona há 11 dias, e na terça-feira foi ativado o plano nacional de emergência de proteção civil, que determina maior liberdade na alocação de recursos financeiros e logísticos e humanos e permite criar grupos de resposta imediata caso seja necessário.
Com estas medidas, adiantou o comandante, procura-se manter uma situação de normalidade e continuidade em todos os serviços.
Duarte Costa disse que a capacidade de resposta da ANEPC tem “funcionado na perfeição” e que está preparada para eventuais novas medidas no âmbito da fase de mitigação da doença, anunciada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), a partir de quinta-feira.
Quanto a material de proteção o responsável disse que estão a ser usadas reservas e que espera que dentro de pouco tempo chegue a Portugal mais material, para ser distribuído para agentes de proteção civil que dele necessitam.
Duarte Costa apelou ainda à população para que fique mesmo em casa, “porque cada pessoa que fica em casa interrompe a cadeia de infeção” e fará com que haja menos portugueses infetados e menos portugueses a morrer.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infetou perto de 428.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 19.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera, e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira.
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.