Carlos Andrade Costa, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), disse hoje à Antena Livre que o concurso público para as obras na urgência do hospital de Abrantes deve abrir no final deste verão.
“É preciso requalificar a urgência de Abrantes”, começou por afirmar o responsável, salientando que “o projeto de arquitetura está concluído e muito brevemente teremos os projetos técnicos, ou seja, os projetos da eletricidade, águas”, etc.
“A elaboração dos projetos técnicos foi um processo que demorou mais do que aquilo que inicialmente estava previsto, porque ao tratar-se de uma requalificação de um espaço já existente, é preciso fazer aqui alguns compromissos com algumas instalações técnicas de outras áreas”, explicou o administrador.
O presidente do conselho de administração do CHMT referiu que a intervenção prevista na urgência de Abrantes requer um trabalho de “detalhe, porque construir de raiz é diferente de fazer uma obra dentro de uma obra já existente. No final do verão, devemos de estar a lançar o projeto de empreitada, ou seja, o concurso público, para adjudicação da entidade que fará a obra”, garantiu.
Carlos Andrade Costa salientou que se trata de uma obra “que vai requalificar e muito o CHMT, nomeadamente ao nível da prestação de cuidados em urgência”.
Hoje, na reunião de Câmara Municipal de Abrantes, Rui Santos, vereador do PSD, mostrou-se muito preocupado com o funcionamento da urgência que disse ser “um caos” e fez alusão às palavras do Ministro da Saúde: “O próprio governante disse que a pior urgência do país é em Abrantes. Isto foi dito na Comissão de Saúde, na semana passada, pelo senhor Ministro da Saúde e isto é grave”, vincou Rui Santos.
Reunião de Câmara de hoje
O vereador do PSD reconheceu que esta não é uma competência da Câmara Municipal, mas que cabia ao Município inteirar-se dos problemas existentes na unidade hospitalar de Abrantes e pressionar pela sua resolução.
Questionado pela Antena Livre sobre o funcionamento da urgência, Carlos Andrade Costa disse não haver “caos”, mas sim “um ritmo acelerado de trabalho como acontece sempre em qualquer urgência hospitalar, aqui ou em qualquer parte do mundo”.
“Portanto, não há caos, há uma dinâmica intensa de trabalho, isso sim. Sempre houve e sempre haverá ou então não estaríamos a falar de serviços de urgência”, fez notar.
Ontem, a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, esteve de visita ao hospital de Abrantes onde disse serem necessários 150 enfermeiros para aquele centro hospitalar.
Ana Rita Cavaco reuniu-se no hospital de Abrantes com o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio, a enfermeira diretora, Ana Paula Eusébio, e o presidente do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco.
Referindo-se aos 150 enfermeiros em falta, Carlos Andrade Costa disse não saber “onde é que a senhora Bastonária se inspirou para dizer esse número. O que reportámos foi a necessidade de contratação de 58 enfermeiros, e foi isso que dissemos ao nosso Ministério”.
O administrador explicou que “há um processo gradual de integração de profissionais por diversas vias nas instituições hospitalares para corresponder à adaptação das 40 para as 35 horas. Essa primeira fase, no caso do CHMT, foi concretizada ontem, segunda-feira, com a entrada ao serviço de 19 enfermeiros. Portanto, dos 58, 19 já estão em atividade”.
“Depois, há autorização para a substituição de enfermeiros em falta por doença, parto ou período parental, e essas autorizações também vão começar com maior regularidade. Depois, haverá ainda uma segunda leva de contratações que se espera que decorram no decurso do mês de setembro, início do mês de outubro”, acrescentou o responsável.
Carlos Andrade Costa diz estarem, atualmente, em falta 39 enfermeiros no CHMT
Em jeito de balanço, o presidente do CHMT explicou que vão existir “três fases de integração porque não se pode integrar muitos profissionais de uma só vez. Nós, neste caso, temos autorização para contratar 46 profissionais de diversos grupos profissionais” e que a prioridade foi dada aos enfermeiros e aos assistentes operacionais.
O administrador garantiu ainda a inexistência de serviços encerrados ou comprometidos com a passagem das 40 horas para as 35 horas, em vigor desde o dia 1 de julho, referindo não haver “nenhuma razão para preocupações”.
“É uma fase de adaptação e nós estamos sempre em adaptação em função daquilo que é a procura dos nossos utentes e os recursos que temos para fazer face a esta procura. As equipas estão habituadas a adaptarem-se e reajustarem-se mediante aquilo que são os fluxos de procura”, finalizou.
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