O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) abriu 33 camas suplementares e reforçou as equipas para dar resposta ao aumento da afluência nos serviços de urgência, onde se regista um “congestionamento”, apelando à utilização da consulta aberta.
Em declarações à Lusa, fonte oficial do CHMT - que abarca as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, no distrito de Santarém - disse hoje que na primeira semana de janeiro (entre os dias 01 e 04) os cinco serviços de urgência dos três espaços (básicas, pediátrica, médico cirúrgica e de obstetrícia-ginecologia) registaram um “fluxo grande” de pacientes, com “utentes em trânsito” nos corredores, instalados em macas e cadeiras.
As 33 camas suplementares foram abertas nos serviços de medicina interna, uma medida integrada no plano de contingência para o frio e para a gripe.
A unidade hospitalar de Abrantes é a que tem atualmente "maior fluxo de utentes em trânsito, com muitos idosos de idade avançada, com infeções respiratórias e múltiplas patologias que requerem mais tempo de internamento".
Segundo a mesma fonte, "o reforço das equipas para as horas de pico de afluência não invalida algumas dificuldades: os serviços de urgência de Abrantes "não têm salas grandes, pelo que os utentes têm de estar nos corredores, numa dinâmica própria de urgência, e por onde passam os médicos e enfermeiros".
No entanto, “num pico de afluência os utentes não podem ser mandados embora", afirmou.
O centro hospitalar tem um investimento aprovado na ordem de 1,5 milhões de euros para requalificar até 2019 os espaços das urgências em Abrantes, para “melhorar as condições físicas do espaço e para que os utentes possam estar acomodados" de forma mais confortável.
Segundo a fonte oficial, para os casos menos urgentes "existe um serviço de consulta aberta que está a ser pouco utilizado, libertaria os profissionais das urgências e deveria servir para descongestionar os serviços".
O plano de contingência para o inverno está em vigor no CHMT desde 14 de dezembro, “prevendo o recurso a várias medidas excecionais, como o reforço das equipas de profissionais, a abertura de camas suplementares e consulta aberta, entre outras medidas", tomadas em função da variação da procura.
De um total de 15.059 atendimentos nas urgências das três unidades hospitalares do CHMT a consulta aberta registou desde um de dezembro um total de apenas 129 atendimentos, “registando-se um tempo médio de espera muitíssimo inferior aos tempos de espera médios de doentes considerados não urgentes" e que acorreram às urgências.
Esta consulta funciona nos dias úteis (exceto à quarta-feira), das 18:30 às 22:30, nos três hospitais.
"Na consulta aberta os doentes têm acesso a consulta de enfermagem, são avaliados por médicos e têm acesso igualmente a meios de diagnóstico como sejam as análises, RX e outros exames que o médico entenda serem necessários, tal qual como nos serviços de urgência", frisou.
Segundo a fonte do CHMT, os "tempos de espera médios" nas três urgências situaram-se entre os dias 01 e 04 de janeiro em "mais de duas horas para os utentes ‘verdes', ou seja, os menos urgentes" da triagem de Manchester.
Há, contudo, "casos pontuais" de tempos de espera superiores.
"Os casos mais urgentes, e que carecem de mais tempo de internamento e atendimento, incidem sobre as faixas etárias mais vulneráveis", referiu a mesma fonte.
As urgências do CHMT registaram no último mês a entrada de mais de 15 mil utentes, entre os quais 339 entre os 0 e os 09 anos, e cerca de 500 utentes com idades compreendidas entre os 70 e os 109 anos.
Lusa