Os deputados do PSD eleitos por Santarém acusaram o Governo de ter “tirado o tapete” aos administradores hospitalares e de pôr em risco serviços nos hospitais da região com o corte de 35% nas contratações.
Em comunicado, os deputados Nuno Serra, Duarte Marques e Teresa Leal Coelho declaram a sua “indignação” e “protesto pelos novos cortes de 35% nas contratações na área da saúde, que colocam em causa diversos serviços dos hospitais do distrito” (Santarém e Centro Hospitalar do Médio Tejo, CHMT, que integra as unidades de Torres Novas, Tomar e Abrantes).
“Com esta decisão, o ministro da Saúde tira literalmente o tapete aos Administradores Hospitalares que ainda recentemente, ao lado da tutela, anunciaram novos serviços que afinal não vão passar do papel. A manter-se este despacho, esses anúncios, não passaram de manobras de propaganda em tempo de eleições autárquicas”, afirma a nota enviada à Lusa.
Os deputados lembram que esta decisão “irresponsável” afeta em particular o interior do país.
“Será que o Governo não sabe que muitos dos serviços destes hospitais do interior assentam em tarefeiros que por sua vontade não querem estar a tempo inteiro no SNS?”, questionam, considerando que esta “é a decisão mais radical que foi tomada na área da saúde nos últimos 20 anos”.
A nota sublinha que a “flexibilidade na gestão tem permitido às administrações dar resposta permanente às dificuldades dos diversos serviços, numa região em que é tão difícil recrutar profissionais a tempo inteiro”.
“Estes cortes de 35% correspondem a um corte impositivo, uma vez que, em termos de gestão, este Governo não consegue introduzir medidas duradouras, estáveis, e estruturais, e vai ter repercussões negativas no acesso à saúde”, acrescenta.
Sublinhando que “alguns serviços fundamentais”, como as Urgências ou a própria Maternidade do Hospital de Abrantes, assentam o seu funcionamento em “tarefeiros há muito rotinados naqueles serviços”, os deputados consideram que colocar esta colaboração em causa afetará a manutenção do serviço.
O comunicado alerta para a “degradação” dos resultados na área da saúde e para o aumento da dívida “pela falta de investimento do Governo e pelas cativações que têm sido feitas”, bem como para os efeitos de medidas como a alteração do horário para as 35 horas semanais e agora o corte nas contratações.
Os deputados “exigem a revogação imediata do despacho em causa” e afirmam que, no debate do Orçamento do Estado para este ano, “bem avisaram que a verba destinada aos hospitais do distrito não era suficiente para as despesas previstas”.
Lusa