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PSD questiona Governo sobre colocação de médicos e enfermeiros no distrito de Santarém

25/01/2018 às 00:00

Os deputados do PSD eleitos por Santarém questionaram ontem o Governo sobre quantos médicos e enfermeiros vão ser contratados este ano para os hospitais do distrito e acusam o Ministério das Finanças de “desrespeito total pelas pessoas”.

Numa pergunta entregue no parlamento e enviada hoje à Lusa, os deputados acusam o Ministério das Finanças de ter impedido os hospitais de integrarem os 710 médicos especialistas que terminaram a formação em 2017, ao atrasar o concurso para a sua admissão.

“Se há menos 710 médicos a trabalhar como especialistas nos nossos hospitais isso deve-se apenas e só a uma opção do Governo”, afirma o deputado Duarte Marques, numa nota enviada à Lusa.

Para o deputado, “sabendo que há escassez de médicos em todos os hospitais, mas em especial no interior, chega a ser indecoroso que se atrasem concursos para contratação em áreas tão decisivas, apenas para cumprir o défice orçamental”.

Os deputados do PSD afirmam que, tanto o Hospital Distrital de Santarém, como o Centro Hospitalar do Médio Tejo “têm uma enorme escassez de médicos especialistas, em particular anestesistas, cardiologistas, medicina interna, que estão disponíveis, foram formados, mas que não foram ainda contratados”.

Na pergunta entregue no parlamento, os deputados questionam ainda que “medidas está o Governo a preparar para incentivar os médicos a trabalharem em unidades de saúde no interior do país”.

O ministro da Saúde disse no passado dia 10 e janeiro, no parlamento, que os concursos para os médicos internos que concluíram a especialidade em abril e outubro de 2017 seriam lançados “dentro de dias” e que esses clínicos “estão a trabalhar e estão no sistema”, o que levou o Sindicato Independente dos Médicos a acusar Adalberto Campos Fernandes de “manipular informação”.

Segundo o sindicato, pelo menos 200 destes recém-especialistas, que aguardam há meses por um concurso, já saíram para o estrangeiro ou para hospitais privados e parcerias público-privadas.

Quanto à falta de enfermeiros, em particular no distrito, os deputados afirmam não compreender como “pode o Governo, e em particular o Ministério da Saúde, não recrutar os enfermeiros necessários e que estão disponíveis”, tanto mais que terminou o programa de ajustamento e a austeridade do Estado foi “supostamente revertida”, encontrando-se o país “em franco crescimento”.

“É com preocupação que os deputados do PSD escutam os relatos de familiares, doentes e funcionários a revelar que há cada vez maior caos nos corredores dos hospitais e uma tendência cada vez mais frequente de ‘esconder’” esses doentes “sempre que há visitas de governantes, deputados ou imprensa”, afirma o texto.

Para os deputados, “o pico de afluência veio desvendar uma realidade de falta de recursos” no Serviço Nacional de Saúde “que tinha andado escondida da opinião pública graças à conivência de alguns partidos, sindicatos e comissões de utentes”.

Lusa

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