A Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULS Médio Tejo) lança um apelo a uma maior mobilização dos mais jovens para dádiva benévola de sangue, pela ocasião do Dia Mundial do Dador de Sangue. Esta efeméride, que se assinala a 14 de junho, foi estabelecida há precisamente vinte anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para alertar as consciências para a necessidade de cada um de nós poder dar um pouco de si para salvar vidas, apoiando os profissionais de saúde nesta missão.
Para tornar o ato de doar sangue mais fácil para a população, o Serviço de Imunohemoterapia da Unidade de Tomar vai estar de portas abertas este sábado, 15 de junho, das 09h às 12h30. No sábado seguinte, 22 de junho, o Serviço de Imunohematerapia da Unidade de Abrantes está de portas abertas para acolher os dadores benévolos de sangue no mesmo horário (das 09h às 12h30). Doar sangue é um ato seguro, simples e rápido. O processo leva ao todo cerca de 30 minutos e não causa qualquer tipo de dor ou desconforto e qualquer pessoa saudável, entre os 18 e os 65 anos, pode doar sangue.
Durante o ano passado, a Unidade Local de Saúde do Médio Tejo acolheu 4.327 dadores benévolos de sangue, que foram responsáveis por mais de seis mil dádivas de sangue nas suas três unidades hospitalares, localizadas em Abrantes, Tomar e Torres Novas. Destes, apenas 449 tinham idade entre os 18 e os 24 anos. Apesar da existência de dois polos universitários em Abrantes e Tomar, houve a registar apenas 83 e 126 dadores, respetivamente, com idade entre os 18 e 24 anos. Esta é uma realidade que a ULS Médio Tejo desafia os jovens a inverter, este verão, quando o período letivo já findou, aumentando assim exponencialmente as dádivas nos grupos etários mais jovens da região e as reservas de sangue disponíveis.
Em 2023, as mais de seis mil dádivas colhidas nas unidades da ULS Médio Tejo beneficiaram diretamente 1.856 doentes internados nos Hospitais de Abrantes, Torres Novas e Tomar – ou seja, uma média de cinco doentes por dia a necessitarem de transfusões. O Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica de Abrantes foi o setor hospitalar que mais componentes sanguíneos recebeu (935), seguindo-se a Unidade de Observação Cirúrgica da ULS Médio Tejo (com 511 componentes) e a Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes (com 466 componentes). As dádivas recolhidas na ULS Médio Tejo beneficiaram doentes de outras regiões do país, nomeadamente Lisboa, Leiria e Santarém.
É durante o Verão que as dádivas de sangue em Portugal e na região do Médio Tejo registam uma quebra significativa, enquanto a procura se mantém ou até aumenta, devido ao aumento de acidentes, que podem envolver a necessidade de transfusões de sangue.
Dados do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) revelam que apenas 450.000 pessoas doaram sangue em Portugal no ano passado, o que representa menos de 5% da população adulta. Os tipos sanguíneos mais procurados são O positivo e A positivo, mas todos os tipos são importantes para salvar vidas. Em 2023, os hospitais portugueses realizaram mais de 100.000 transfusões de sangue. Diariamente, as instituições do SNS precisam de cerca de três centenas de unidades de sangue para dar resposta às suas necessidades, nomeadamente vítimas de acidentes, cirurgias complexas e a pacientes com doenças crónicas graves, como diversos tipos de anemias e cancro.