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Semana Santa Sardoal: É mais que um livro. É um álbum fotográfico.

18/04/2025 às 12:00

Paulo Sousa é fotógrafo. Mas na fotografia pode ser o artista ou o documentalista. E se juntarmos umas mãos-cheias de anos a fotografar o Sardoal e a Semana Santa, este fotógrafo tem uma imensidão de imagens captadas destas festividades.

Diz o presidente da Câmara de Sardoal, na entrevista que pode ler na página 16, que “pressionou” o Paulo Sousa a poder “desenhar” um livro de fotografia sobre as celebrações da Semana Santa e da Páscoa. É que o Paulo Sousa, na década de 80, a preto e branco, e mais tarde, com a chegada do digital, a cores, juntou um espólio de milhares de fotografias.

E são fotografias sobre tudo. Tem património, tem pessoas, tem os símbolos. Mas, acima de tudo, tem gente. E nesta gente de Sardoal tem emoções, tem sentimento. Tem a cultura de um povo que ao longo de século foi vivendo esta festividade maior do mundo Católico com todo o sentir que representa o sofrimento de Cristo, mas também a grande festa da Ressurreição. E são momentos únicos que foram sendo captados por uma objetiva.

Neste livro, a ser lançado dia 19, Sábado de Aleluia, às 15 horas, há registos das procissões do Senhor dos Passos, dos Ramos, da Semana Santa e da Páscoa. E tem procissões, capelas e igrejas, os tapetes feitos com pétalas de flores e pessoas.

 

A pandemia e os tempos de confinamento, recordou o autor, trouxeram um trabalho de digitalizar milhares de negativos que o Paulo tinha em arquivo, em casa, do tempo em que se usavam os rolos fotográficos. É um arquivo com muitos documentos daqueles momentos da vila. E depois do preto e branco, a cor, é uma outra forma de poder guardar os momentos registados.

Este livro, que é um álbum fotográfico, tem 470 a 500 fotografias. Todas do Paulo Sousa. E se pensa que são muitas, fique então com a resposta à pergunta: quantas fotografias tem o Paulo Sousa da Semana Santa e Páscoa de Sardoal? 45.000. Sim, 45 mil fotos, explicou o autor, que foram visionadas, uma a uma, para uma primeira seleção. E depois uma nova escolha, mais criteriosa. E, conta o Paulo Sousa, foi fazendo escolhas até encurtar as eleitas, para mostrar todos os pormenores destas festividades.

A ideia foi sempre divulgar o património material do Sardoal, mas também o património imaterial, consumada nas pessoas, nas expressões, no ar que se respira dentro das fotos e que não é palpável ou identificável.

E neste campo há um grupo de imagens que mostram aquilo que os visitantes de Sardoal não conseguem ver. Todos os momentos que antecedem as procissões ou mesmo a Semana Santa. A preparação dos tapetes de flores, o momento em que os cidadãos colocam as colchas na janelas, sacadas ou varandas das casas das ruas por onde passam as procissões. Ou os momentos em que outros cidadãos espalham as lamparinas que haverão de ser acesas para a Procissão dos Fogaréus. São registos documentais que também devem ter registo, pois há trabalho que é necessário para manter as tradições e que o visitante não consegue perceber quando está a viver os eventos.

Paulo Sousa não esconde que a escolha é sempre difícil. Que foram estas 470, mas que se para o ano lhe pedissem nova seleção não seriam, com toda a certeza, as mesmas.

Por outro lado, como há um hiato temporal nas fotos, também “podemos ver o passar dos anos nas gentes de Sardoal. São os penteados, a forma de vestir. Os sorrisos, o sentir e o andar.” Mesmo em imagem estática, se observarmos bem as fotos, todas têm vida. Representam vida.

Paulo Sousa diz que parte para casa Semana Santa como se nunca tivesse estado em Sardoal. Quer isto dizer que quando coloca a máquina no rosto e aponta a um alvo, não o vê como no ano passado, ou no arquivo. Parte para registar os momentos de cada ano. “Vou fazer normalmente, como faço todos os anos”, indicou, destacando que há sempre pormenores que podemos registar.

Já desafiado a escolher entre fotografar a preto e branco ou a cores, o artista diz que a cor é documental, que hoje faz parte do que é um registo que documenta um momento ou uma ação. Mas revela que se fosse fazer a Semana Santa apenas a título pessoal, como artista, escolheria fazer apenas registos a preto e branco.

O Livro Sardoal | Quaresma, Semana Santa e Páscoa, de Paulo Jorge de Sousa /Município de Sardoal, tem o preço de 30 euros e estará à venda no Centro Cultural Gil Vicente. Sábado, pelas 15 horas, o autor fará a apresentação com sessão de autógrafos. A edição é do Município de Sardoal

Jerónimo Belo Jorge

 

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