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Floresta: Governo espera chegar aos 600 condomínios de aldeia até ao final deste ano

26/04/2023 às 19:38

O Governo espera chegar até ao final deste ano à concretização de 600 condomínios de aldeia, que irão ajudar a ser um ‘tampão’ relativamente ao fogo, disse hoje à agência Lusa o ministro do Ambiente.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, visitou hoje de manhã vários troços de rede primária e um condomínio de aldeia, em Alvares, no concelho de Góis, no distrito de Coimbra, o quarto a ser executado, e “candidataram-se a mais cinco”.

“Tínhamos o objetivo, durante o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], de executar 800 condomínios de aldeia. Já temos executados 200 e vamos, durante o ano de 2023, procurar chegar aos 600. Queremos ir para além dos 800, mas este ano temos 20 milhões de euros para mais 400 condomínios de aldeia, cujo prazo de candidatura termina amanhã para um primeiro grupo e depois abriremos um novo aviso”, adiantou à Lusa Duarte Cordeiro, à margem do Encontro Anual BUPi 2023, que decorre hoje na Batalha (distrito de Leiria).

Segundo o governante, “o condomínio de aldeia é um programa que tem como objetivo intervir no perímetro de uma aldeia, diminuindo o risco de incêndio e o risco para pessoas e bens”.

A estratégia passa pela “remoção de combustível e de espécies invasoras e pela plantação de espécies mais resilientes”.

O Governo pretende replicar este projeto por todo o país, "em especial nas zonas de territórios vulneráveis".

“Este programa tem como objetivo a substituição de espécies de crescimento rápido por outras de crescimento mais lento, muitas vezes pagando serviços de ecossistema às comunidades, ficando os municípios de fazer a manutenção destes condomínios ao longo do tempo. Tem uma importância muito grande, porque tem, muitas vezes, 100 metros de proteção e, portanto, acaba por servir também de tampão relativamente ao fogo”, sublinhou Duarte Cordeiro.

Durante a visita a Góis a alguns dos projetos em curso para a prevenção de fogos rurais, o ministro afirmou que pôde ver a “execução das faixas de interrupção de combustível no calendário entre a chamada época de incêndios, onde as temperaturas são mais elevadas e muitas vezes não permitem trabalhar”.

“De outubro a esta data, foram executados 8.000 hectares de faixas de interrupção de combustível, faixas primárias, que se juntam a um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido desde 2018, que nos permite hoje identificar, que temos cerca de 50% das faixas de rede primária das zonas mais vulneráveis. Durante o ano de 2023, queremos acrescentar mais 11.000 hectares, num total de 37.000, que vamos executar no âmbito do PRR até 2025”, afirmou à agência Lusa.

O ministro do Ambiente destacou ainda que estas faixas primárias permitem “interromper a progressão dos incêndios e o posicionamento dos meios de combate”.

“De alguma forma, está identificada pelas entidades e pelas autoridades como sendo estratégica a sua concretização, que depois a sua manutenção só é feita ao fim, provavelmente, de quatro ou cinco anos. Há sítios em que talvez tenha de ser um pouco antes, mas permite-nos, pelo menos, perceber que são intervenções com alguma dimensão de médio prazo naquilo que é o reforço da resiliência do território”, acrescentou.

Duarte Cordeiro lembrou também que termina no dia 30 de abril o prazo para os proprietários limparem os seus terrenos. “As pessoas precisam de nos ajudar a cumprir com os seus deveres, porque 97% da propriedade rústica é privada, portanto, exige necessariamente da parte dos cidadãos um envolvimento”, reforçou.

Lusa

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