O grupo de abrantinos que partiu no sábado para a fronteira da Polónia com a Ucrânia chegou esta terça-feira ao local onde estavam agendadas as suas missões.
A primeira paragem foi feita em Lublin, na Polónia, onde descarregaram mais de uma tonelada de ajuda humanitária que foi reunida em cerca de três dias. Recorde-se que este grupo começou com duas viaturas e tinha intenção de ir resgatar uma dezena de refugiados que fogem do conflito armado na Ucrânia. Só que, em três dias, houve mais ajuda e mais voluntários e conseguiram fazer a viagem com quatro viaturas com o objetivo de trazer 21 refugiados.
Manuel João Machado, um dos rostos mais visíveis deste grupo de voluntários, contou à Antena Livre que depois da entrega da ajuda humanitária, bens alimentares, produtos médicos e ração para animais, em Lublin, seguiram para a fronteira para ir buscar um grupo de refugiados ucranianos.
E é precisamente da linha de fronteira que vem uma história comovente para qualquer pessoa, mesmo para os ex-militares envolvidos nesta missão. Manuel João Machado conta que foram buscar três refugiados, uma mulher com os filhos, duas crianças, e que até poderiam trazer a irmã e o pai. Só que o sentido de missão do idoso ucraniano falou mais alto. Não quis sair do país “para dar lugar aos mais novos e uma das filhas quis ficar com ele, a tratar dele”, diz o abrantino salientando que havia lugar para eles, mas a vontade do homem foi mais forte. Assim vem para Portugal uma das filhas com as duas crianças.
A caravana Abrantina esteve mesmo na linha de fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, e este ex-militar diz à Antena Livre que as pessoas continuam a procurar a Polónia para fugir à invasão. De carro ou a pé revela que há sempre pessoas a querer passar para além da linha que divide os dois países.
Foi em plena fronteira que estavam em grupo conversar quando um homem os interpelou em bom português. Trata-se de um português, da zona de Leiria, que não quis ficar indiferente ao que se estava a passar e foi para a zona de fronteira como voluntário para ajudar as organizações locais.
Manuel João Machado
Agora o grupo vai regressar a Lublin onde deverão passar esta noite para que nesta quarta-feira possam recolher todo o grupo de refugiados que vão trazer para Portugal, numa viagem que deverá durar cerca de cinco dias.
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