A vespa asiática continua a ser um problema nas zonas interiores de Portugal e continua a ter grande proliferação no concelho de Mação, apesar de todo o trabalho feito pela autarquias e por apicultores e cidadãos na deteção e eliminação dos ninhos que vão sendo detetados.
Na última reunião do executivo municipal de Mação o vereador Nuno Barreta, eleito pelo PS, questionou o presidente da Câmara sobre este tema, ao referir que têm sido vistas muitas vespas asiática no concelho e na vila. Nuno Barreta quis saber o que é que está a ser feito para erradicar esta espécie invasora.
A resposta veio do vice-presidente da Câmara de Mação. António Louro explicou que não pode fazer mais nada do que aquilo que está a ser feito. E disse que este ano no concelho já foram eliminados mais de 230 ninhos de vespa asiática o que representa um crescimento de 300% em relação ao ano passado.
Em 2018 foram eliminados 15 ninhos, em 2019 foram detetados e eliminados 65 ninhos. Em 2020 houve um decréscimo para os 45 ninhos eliminados e "esta ano de 2021 já temos 230 ninhos deliminados, é um aumento de cinco vezes em relação ao ano passado".
António Louro diz que se repetirem os processos dos anos anteriores terão de colocar mais de 2 mil armadilhas o que incomportável para a autarquia.
António Louro, vice-presidente CM Mação
Apesar de todos os esforços é preciso, diz o vereador, agir em modo de bom senso entre as recomendações das autoridades especializadas e o senso comum de cidadãos e apicultores. Mas é preciso continuar a olhar de forma muito séria para este problema.
Vespa asiática chegou a Portugal em 2011
Segundo os dados do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), a vespa velutina é uma espécie não indígena e é predadora das abelhas-europeias, produtoras de mel. É originária das regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia, leste da China, Indochina e da Indonésia. A chegada à Europa terá ocorrido em 2004, em França. A sua presença foi confirmada em Espanha, Bélgica, Portugal e Itália. Os especialistas dizem que a sua progressão na Europa tem sido de 100 quilómetros por ano. Em Portugal os números indicam uma progressão de 70 a 80 quilómetros por ano.
Ainda segundo a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária a vespa velutina constrói ninhos de grande dimensão, em locais isolados e altos. Os especialistas indicam ainda que preferem locais com água ou com outras colmeias nas proximidades. Esta espécie distingue-se da vespa crabro (a europeia) pela coloração do abdómen (mais escuro e com uma lista amarela) e pelas patas (amarelas, no caso das asiáticas). A vespa velutina é uma espécie carnívora e predadora das abelhas, mata-as mesmos nas suas colmeias.