Não há meios aéreos de combate a incêndios entre Santa Comba Dão ou Lousã e Loulé até 15 de maio. A denúncia, em jeito de alerta, partiu do presidente da Câmara Municipal de Sardoal, Miguel Borges, numa conferência sobre o futuro da floresta.
O Rotary Clube de Abrantes organizou uma conferência para falar do futuro da floresta, e entre os oradores estavam responsáveis do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Navigator e Aflomação que apontaram ao futuro com a necessária e urgente modificação da paisagem. Mas entre os milhões para alterar os mosaicos de solo rural há a necessidade de garantir, no imediato, resposta aos desafios que são colocados a estes territórios. E o presidente da Câmara de Sardoal aplaudiu a estratégia e trabalho já no terreno, mas lamentou que a região não tenha em 2025 um meio aéreo para primeira intervenção como em anos anteriores.
É que se o trabalho na floresta é necessário, também é certo que vai demorar anos a fazer efeito. E, notou, são necessários os meios para defender a floresta que ainda existe. É certo que há meios permanentes, mas que deixam um vazio entre Santa Comba Dão ou Lousã e o Algarve.
Até 15 de abril só estarão disponíveis helicópteros em Arcos de Valdevez, Vale de Cambra, Vila Real, Santa Comba Dão e Loulé. “Ou seja, entre Santa Comba Dão e Loulé, até 15 de abril, na nossa zona não há nada.”
A 15 de abril, indicou, entra em serviço Lousã e Viseu. “Por isso a 15 de abril, entre Lousã e Loulé não há nada.”
Só a 15 de maio entra ao serviço um meio aéreo em Sardoal que tem tido uma área de atuação de 40 quilómetros na região. Disse ainda Miguel Borges que no mapa de perigosidade, em 2024, o mês de abril foi simpático. Mas indicou ainda que, se formos espreitar o mês de abril de 2023, já “tivemos dias de risco elevado, muito elevado e máximo.”
Noutros tempos havia um desenho claro das estações do ano. Mas, em 2025, “como vai ser o mês de abril? Alguém sabe?”
Miguel Borges lamentou esta ausência de um meio muito “elástico” e fundamental no apoio à primeira intervenção no combate aos fogos.
Depois lamentou que haja em Portugal, no norte do país, pinheiros e eucaliptos a crescer em “cima do alcatrão” das estradas, tendo acrescentado que já está a cair no esquecimento o que se passou em 2017.
Se a floresta demora anos a ordenar naquilo que se considera ser o plano correto, o combate a incêndios não deve ser aligeirado, uma vez que as matas ainda continuam a apresentar os mesmos riscos e o clima não é favorável à diminuição dos fogos florestais.
Miguel Borges, presidente CM Sardoal
“É preocupante. É um alerta”, disse Miguel Borges, pois estes planos de modificação da paisagem não mudam a floresta num estalar de dedos. Até que esses resultados surtam efeitos, se surgir um incêndio não se podem descurar os planos de combate aos fogos florestais.