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Um dia depois do registo de um mini-tornado ou fenómeno meteorológico de ventos ter provocado prejuízos em telhados de duas casas na Moita do Norte várias pessoas registaram esta tarde um destes fenómenos em Rossio ao Sul do Tejo. E neste caso há mesmo o registo com fotografias desse momento em que se vê o funil de vento a levantar pó. Acponteceu pouco depois das 15 horas.
Este fenómeno foi visto por várias pessoas e começa a ser cada vez mais recorrente na nossa região. Normalmente são associados a tornados, mas na realidade tecnicamente são designados por "dust devil" (demónio de poeira). São ambos fenómenos climáticos e a diferença é que um tornado é uma massa de ar vertical com ventos rotativos que se forma de cima para baixo. No caso dos "Dust Devil" é o inverso, são iguamente colunas verticais de ar em rotação que se formam de baixo para cima.
Uma dessas pessoas foi Hugo Picado que tinha o telemóvel à mão e registou o funil de pó. À Antena Livre contou que se “formou de este para oeste ganhou força, ou notou-se mais, quando passou por uma zona de pasto seco”. E adiantou que o funil foi visível “talvez uns quatro minutos”. Depois começou a desvanecer-se deixando apenas o pó no ar. Nesta observação Hugo Picado revelou que o alegado mini-tornado “voltou ainda a tentar formar-se ao recuar para o pasto, mas já sem grande força.”
Créditos: João Bento
Créditos: Hugo Picado
Também João Laia fotografou o fenómeno e partilhou nas redes sociais a imagem.
Créditos: João Laia (Facebook)
Houve mais testemunhhos deste fenómeno e de locais mais próximos onde o mesmo ocorreu. As imagens seguintes foram registadas na zona do Cabrito. É bem visível a coluna de pó que o mini-tornado criou nesta zona. Primeiro pensaram que seria fumo de um incêndio, depois perceberam que se tratava de pó, talvez de uma máquina agrícola a lavrar. Mas só mesmo quando passaram "ao lado" é que perceberam que se tratava de um fenómeno de ventos.
Recorde-se que esta quinta-feira a mesma rua de Moita do Norte registou um fenómeno deste tipo depois de a 7 de julho uma situação semelhante ter deixado uma família desalojada.
Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, atribui o aparecimento destes fenómenos com as alterações climáticas e disse à Antena Livre que vai reportar estas ocorrências ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Fernando Freire, presidente CM Vila Nova da Barquinha
Já o meteorologista amador Hélder Silvano, responsável pela estação Meteoabrantes, disse à Antena Livre que as mudanças vão trazer fenómenos habituais noutras latitudes para o nosso território.
Hélder Silvano diz mesmo que “é gravíssimo o que nos espera se não tomarmos medidas rapidamente” ao fazer referência a fenómenos de ventos, chuva extrema ou ondas de calor que, tendencialmente, vão aumentar no nosso país.
Por outro lado, indica que vamos ter mais furacões a atingir a costa e que podem progredir para o interior. São fenómenos que vão estar cada vez mais presentes nesta região. E aponta este “canal” entre a serra de Sintra e a serra da Estrela, onde pontua o Médio Tejo, pode ser propício a este tipo de situações. E evocou outros como um que causou muitos prejuízos em Tomar e Ferreira do Zêzere e que só terminou em Belmonte.
Hélder Silvano, responsável pela Meteoabrantes
Recorde-se que catorze distritos estão sob aviso amarelo por causa do calor, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que nalgumas regiões estendeu o aviso até ao final da tarde de domingo.
Segundo o IPMA, estão sob aviso amarelo (o menos grave) por causa da persistência de temperaturas elevadas, até às 18:00 de sábado, os distritos de Setúbal, Santarém, Lisboa, Leiria, Coimbra e Braga.
O aviso estende-se até às 18:00 de domingo para os distritos de Faro, Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Vila Real e Bragança.
