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As buscas junto do rio Tejo em Abrantes, Santarém, para encontrar a jovem de 16 anos desaparecida desde sexta-feira foram retomadas esta manhã, mas para já sem sucesso.
António Manuel de Jesus, comandante dos Bombeiros de Abrantes, fez um ponto de situação ao meio-dia desta segunda-feira, em que indicou que as buscas incidiram sobretudo em zonas de grande profundidade do Tejo, entre as duas pontes, e nas margens, não descurando também a zona a jusante do açude de Abrantes.
No terreno estão envolvidos operacionais dos Bombeiros de Abrantes, Força Especial de Proteção Civil, Proteção Civil de Abrantes, PSP e uma Organização Não Governamental médica de busca e resgate. Aliás, é esta ONG que trabalha com cães pisteiros e com um sonar e robô subaquático.
Estes binómios (nome dado à dupla composta pelo agente e pelo cão pisteiro) entram num bote e acompanham o trabalho dos mergulhadores. E o cão quando faz a deteção de um qualquer odor humano sinaliza para que o mergulhador ou as equipas de mergulho possam depois varrer essa área.
Ora, a questão é que há duas ou três zonas no Tejo, entre as duas pontes (ferroviária e rodoviária) que têm zonas com uma profundidade de 11 metros. Localmente chamam-lhe fundões ou poços e os habitantes das zonas ribeirinhas dizem que são estes locais que são muito traiçoeiros.
Por outro lado, um dos mergulhadores explicou à Antena Livre que nestas zonas podem existir várias correntes, ou seja, à medida que vão descendo em profundidade encontram essas correntes, tanto mais que no domingo as equipas de resgate foram reforçadas com um grupo de mergulho dos Bombeiros de Alpiarça que têm uma grande experiência em buscas no rio Tejo.
Quanto aos meios tecnológicos envolvidos, o sonar varre o leito do Tejo, “faz uma espécie de radiografia ao fundo do rio” para que depois o robô subaquático possa fazer outro tipo de recolha de imagens. Só que também com estes equipamentos há uma dificuldade grande que tem a ver com a pouca visibilidade por causa da falta de luz e dos lodos que existem.
Há ainda um outro grupo dos bombeiros de Abrantes que fazer reconhecimento a jusante do açude de Abrantes.
António Manuel de Jesus explicou ainda que as margens são “varridas” para tentar encontrar o corpo ou alguma pista que indicie a sua localização e são apoiadas por um drone da Força Especial de Proteção Civil que fornece outro tipo de imagens do rio.
De acordo com o que é normal nestas situações as buscas podem terminar ao fim de 72 horas, prazo esse que termina esta tarde. Segundo o comandante dos bombeiros as autoridades vão decidir ao final da tarde o rumo dos trabalhos. Seja qual for a decisão António Manuel de Jesus revelou que os bombeiros de Abrantes vão continuar nos próximos dias com operacionais no rio Tejo.
Reportagem do jornalista Jerónimo Belo Jorge na edição das 12 horas
Uma vez que a jovem terá desaparecido ao início da tarde de sexta-feira, quando se estaria a banhar no rio Tejo com uma amiga, e o alerta só foi dado pelas 22:30, a Polícia Judiciária de Leiria foi chamada a intervir para tentar esclarecer os factos.
Fonte da PJ confirmou à agência Lusa, domingo à noite, que está a investigar o desaparecimento da jovem.
Já fonte da PSP de Abrantes disse à Lusa no sábado que as duas jovens “não tiveram aulas, devido à greve da função pública [na sexta-feira], e ter-se-ão ido banhar para o rio Tejo, na zona do Aquapolis, em Rossio ao Sul do Tejo, em Abrantes”.
O alerta foi dado pelas 22:17 pela amiga, mas o “alegado desaparecimento terá acontecido durante a tarde”.
Esta segunda-feira as buscas no rio Tejo e nas margens contam com mais de três dezenas de operacionais dos Bombeiros, Força Especial de Proteção Civil, PSP, Proteção Civil de Abrantes e uma equipa médica e de busca e resgate de uma Organização Não Governamental.
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