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Ucrânia: Sacerdotes e população de Abrantes juntos em vigília para pedir Paz na Ucrânia

17/03/2022 às 10:54

A praça Raimundo Soares, a praça do Município de Abrantes, cedo começou a ganhar movimento com os preparativos para uma vigília da cidade, do concelho, das paróquias, em homenagem à Ucrânia e ao povo ucraniano.

No palco desenhava-se o Altar para a realização de uma celebração Eucarística presidida pelo padre António Castanheira, das paróquias de S. João e S. Vicente, da cidade de Abrantes, mas que contou com a presença de todos os sacerdotes das paróquias dos concelhos, assim como dos diáconos. E como convidado especial o padre Ivan, ucraniano e Ortodoxo.

Já passava das 19:30 quando todos os sacerdotes iniciaram a celebração.

Antes o presidente da Câmara de Abrantes, os padres Castanheira e Ivan e Maksim Darmogray, funcionário da autarquia, com naturalidade ucraniana, hastearam a bandeira azul e amarela daquele país no edifício dos Paços do Concelho. Bandeira esta que vai ficar hasteada até que a guerra termine, como confirmaria mais tarde o presidente da Câmara Municipal de Abrantes.

Aliás, de notar que, desde esta quarta-feira, a placa com a palavra Abrantes, que está na Esplanada 1.º de Maio, junto ao Tribunal Judicial, deixou a cor branca e passou a ostentar o azul e amarelo, cores da Ucrânia, e que por coincidência são também as cores de Abrantes.

Os párocos com as vestes do tempo que vivemos, em termos católicos, a Quaresma. O padre Ivan com as suas vestes da igreja Ortodoxa, mas de bandeira da Ucrânia na mão acompanhou a celebração num altar com a Imagem de Nossa Senhora presente e com uma praça composta por abrantinos e por ucranianos que vivem por estas bandas e que quiseram estar presentes.

O padre Castanheira começou por explicar a Celebração que iria acontecer nos 45 minutos seguintes.

O padre Castanheira explicou no final que esta vigília partiu de uma sugestão do presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos. Referiu que tentaram encontrar uma forma de realizar esta cerimónia. “A Igreja para as boas causas, dá o melhor que tem. Nada melhor do que a Eucaristia”, disse o pároco que acrescentou que a escolha da praça do Município tentou também dar um sinal de abrangência de todo o concelho, do ponto de vista da divisão administrativa do território. Com a presença das freguesias e das paróquias.

Mas a Igreja, ou as Paróquias de Abrantes neste caso, tem um outro envolvimento e prepara-se para poder acolher cerca de três dezenas de refugiados.

António Castanheira explicou que a paróquia está a desenvolver os esforços para preparar a casa paroquial, por um lado, e um edifício de três pisos na cidade de Abrantes, por outro, para acolher refugiados. Contou que a casa paroquial é grande, tem dimensão para acolher oito a dez pessoas, e estará em condições esta semana. O outro edifício que pode receber 20 a 22 pessoas estará preparado no início da próxima semana.

E depois acrescentou ainda que o Centro Social Paroquial vai dar apoio nas refeições ou nos alimentos porquanto estas pessoas, quando chegarem, precisam de descansar e de repousar dos últimos dias ou semanas. E depois haverá a articulação com os serviços da autarquia para tratar das questões burocráticas e de legalização junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Segurança Social e Saúde.

Padre António Castanheira

O padre António Castanheira deixou o convite ao Padre Ivan para que esteja em Abrantes nas celebrações da Páscoa, dia 24 de abril, e da Pascoela, dia 24 de abril, da paróquia de S. Vicente. De notar que para a Igreja Ortodoxa estas datas correspondem ao domingo de Ramos e domingo de Páscoa, respetivamente.

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes dirigiu-se aos presentes antes do final da Celebração, deixando uma palavra para a comunidade ucraniana e abrindo as “portas” para o acolhimento de refugiados. Deixou ainda a nota de que os serviços sociais da autarquia estão à disposição desta comunidade para o apoio que entendam necessário.

Depois deixou ainda a indicação de que a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) tem três autocarros em trânsito que na próxima semana deverão trazer cerca de 150 refugiados, alguns dos quais deverão vir para o concelho de Abrantes.

Manuel Jorge Valamatos

Aos jornalistas, Manuel Jorge Valamatos explicou a proposta de realização desta vigília porque há uma guerra que não tem justificação nenhuma. O autarca repetiu que a comunidade de Abrantes está disponível para ajudar dentro daquilo que é possível, quer na ajuda humanitária, quer no acolhimento de refugiados.

O autarca revelou que os autocarros da CIMT que vão trazer os refugiados foram carregados de bens alimentares e da saúde. “Isso é uma expressão do apoio da nossa comunidade que se tem juntado e que tem feito o seu trabalho”, disse Manuel Jorge Valamatos.

Manuel Jorge Valamatos

A celebração contou com a participação do padre Ivan, ucraniano e Ortodoxo, que no final foi convidado pelo padre António Castanheira a dirigir-se aos fiéis que estiveram na vigília. O padre Ivan que falou em português para condenar a guerra, para pedir a Nossa Senhora para olhar pelo seu país, pelos ucranianos referindo-se muito aqueles que ficam a defender as suas casas, os seus bens na Ucrânia.

Padre Ivan

Num discurso bem vincado no apoio ao povo ucraniano e ao presidente Volodymyr Zelenski o padre Ivan terminou a sua intervenção a entoar o Hino da Ucrânia, acompanhado pelos ucranianos espalhados pela praça Raimundo Soares.

E no final duas palavras Slava Ukraini que em português quer dizer Glória à Ucrânia.

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