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O estado de alerta da área geográfica do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, irá subir amanhã (23 de agosto) para um nível de alerta vermelho, devido às elevadas temperaturas que se têm registado e que vão continuar nos próximos dias. Perante esta situação, vai ser aplicado o Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde Módulo de Verão do ACES Médio Tejo, para o ano 2023, que visa a “normalização da intervenção de diversas entidades, suscetível de minimizar os efeitos resultantes do calor excessivo na saúde”, que, através do PPI-OC (Plano Prévio de Intervenção- Ondas de Calor), vai prever a abertura de abrigos temporários de livre acesso, que vão estar sob responsabilidade da Junta de Freguesia de cada localidade.
Esta situação de calor extremo poderá condicionar, em especial nos idosos que residem em habitações insalubres, o acréscimo do risco de ocorrerem complicações associadas a doenças crónicas que possuem ou até o aumento indesejável da mortalidade.
Relembrando que o facto de o idoso viver isolado ou sozinho, frequentemente resulta “na manifestação de independências relativamente aos familiares, com frequência aos próprios filhos”. No entanto, durante as ondas de calor, a melhor maneira de evitar consequências graves na saúde é, precisamente, evitar a exposição. Para esse efeito, o ACES do Médio Tejo, recomenda: manter, por exemplo, a hidratação dos idosos, através da ingestão de água ou sumos naturais de fruta sem adição de açúcar; garantir o conforto do utente deslocando-o para a residência familiar, pelo menos, durante o período de tempo em que se mantiver o calor excessivo; é recomendável também, recorrer aos abrigos temporários de livre acesso sempre que a habitação não tenha capacidade de baixar a temperatura ambiente, para isto, deverão ser contactadas as juntas de freguesias, as quais informarão a localização destes e em articulação com a população deslocação à pessoa para os respetivos abrigos; deverá, também, estar assegurado que os medicamentos, são mantidos a temperaturas abaixo dos 25. °C, colocando-os no frigorífico durante este período de calor intenso e a lista de medicamentos deverá ser atualizada.
Devido a que é especialmente perigoso estas altas temperaturas para as pessoas idosas, as quais, podem ter menos perceção nas alterações associadas ao calor, os acompanhantes devem estar atentos aos sinais de alerta nestes dias. Estes sinais podem ser manifestos, mediante diversos sintomas, como, por exemplo: a modificação do comportamento habitual; grande fraqueza e/ou fadiga, dificuldade, recente, de se mobilizar; tonturas; vertigens; perturbações da consciência; convulsões; náuseas; vómitos; diarreia; cãibras musculares; temperatura corporal elevada; sede e dores de cabeça. Além de tudo isto, devem haver, também, medidas a tomar nos locais onde os idosos se encontram, para que assim consigam estar num local o mais fresco possível. Algumas das recomendações são: “Durante o dia feche as janelas e respetivos meios de proteção (persianas, portadas), enquanto a temperatura exterior for superior à interior, para não entrar ar quente. Ao entardecer, quando a temperatura exterior for inferior à interior, abra as janelas provocando correntes de ar para arrefecer a habitação, tomando as devidas precauções com os idosos. Deve escolher a divisão mais fresca da habitação para a permanência dos idosos durante a hora de maior calor. Depois, se possível, à hora de mais calor, lance água nos terraços, varandins, telhados e outras superfícies envolventes da habitação e coloque termómetros nas salas para avaliar a temperatura ambiente, se esta for superior aos 25. °C, use ventoinhas e coloque recipientes com gelo em frente para facilitar o arrefecimento”.
Caso se verifique a total ausência ou inexistência de família de um idoso que necessite de ser afastado da exposição solar ou calor, deverá ser referenciada, esta situação, por quem o conhecer, a uma autoridade local, para poderem ser tomados os cuidados necessários.
Aviso vermelho devido ao tempo quente vigora até quarta-feira em sete distritos
O aviso vermelho devido ao tempo quente para Bragança, Viseu; Guarda, Vila Real, Santarém, Castelo Branco e Coimbra vigorará até as 21h00 de quarta-feira, enquanto os restantes distritos de Portugal continental estarão sob aviso laranja, informou hoje o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera).
Após a atualização da situação meteorológica, o IPMA comunicou hoje que o aviso vermelho nestes sete distritos, associado à “persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima”, irá vigorar até às 21h00 de quarta-feira. Os restantes 11 distritos de Portugal continental, nomeadamente Évora, Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Portalegre e Braga, estão hoje sob aviso laranja- o segundo mais grave- que vigorará até às 21:00 de quarta-feira, à exceção de Faro, que passará para aviso amarelo- o menos grave-, a partir das 23h00 de hoje.
Segundo a metrologista do IPMA, na quinta-feira não está previsto qualquer aviso vermelho para distritos de Portugal continental. “Até o final da semana, a situação vai a melhorar gradualmente, ou seja, as temperaturas vão começar a descer, gradualmente, e prevê-se que as temperaturas fiquem mais próximas daquilo que é normal para a época do ano, com cada vez menos distritos com aviso”, declarou Ângela Lourenço.
Perante estas altas temperaturas, é recomendável, sempre, a utilização de protetor solar, a não exposição ao sol durante as horas de maior risco e manter-se bem hidratado.
Jade Garcia / Lusa
