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A Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo e a Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento, proprietária do Hospital S. João Baptista, firmaram o acordo que, a partir de 1 de fevereiro, permitirá aliviar a pressão sobre as urgências da ULS. Trata-se da criação do primeiro Centro de Atendimento Clínico (CAC) da região do Médio Tejo. Esta é uma iniciativa que resulta da parceria entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o setor social, visando aliviar a pressão sobre os serviços de urgência hospitalares.
Quer isto dizer que entre 1 de fevereiro e 31 janeiro do próximo ano o Hospital S. João Baptista, no Entroncamento, vai atender, diariamente,duas dezenas de urgências encaminhadas pela Unidade Local de Saúde do Médio Tejo.
De acordo com a ULS, “este novo modelo de atendimento resulta da aplicação prática das diretrizes do Plano de Emergência e Transformação da Saúde. Surge como uma solução inovadora para aliviar a pressão sobre as urgências hospitalares, concretamente dos casos com menor gravidade clínica, e proporciona cuidados de saúde num curto espaço de tempo.”
Concretamente este CAC do Médio Tejo vai estar localizado nas instalações da SCME e vai disponibilizar vinte atendimentos diários a utentes com necessidades de saúde não urgentes ou pouco urgentes, referenciados através da linha SNS 24 (808 24 24 24). A nível regional esta iniciativa representa um marco diferenciador na forma como os cuidados de saúde são prestados junto da população, numa lógica de proximidade.
Casimiro Ramos, presidente do Conselho de Administração da ULS do Médio Tejo explicou de que forma é que este CAC alivia as urgências.
Casimiro Ramos, presidente CA ULS Médio Tejo
O CAC prestará cuidados de qualidade, entre a consulta médica e a realização de exames de diagnóstico (análises clínicas e raios X), através de uma equipa multidisciplinar, com o cunho e a experiência da SCME. O horário também estará definido, entre as 08h às 20h, e os utentes poderão ser encaminhados para o centro através da linha SNS 24.
António Miguel, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento, vincou a importância deste acordo entre o SNS e o setor social, referindo o trabalho que já existe na sua unidade.
António Miguel, Provedor SCME
Por outro lado, sendo uma forma de equilibrar as, débeis, contas da instituição, os novos dirigentes querem alargar este protocolo à ULS da Lezíria do Tejo, podendo vir a receber utentes da zona norte daquela ULS, Golegã e Chamusca.
António Miguel, Provedor SCME
O provedor da Santa Casa, com 32 dias de gestão da instituição, não escondeu que existe uma situação financeira débil. E reafirmou a importância deste protocolo para o equilíbrio financeiro, para além da rentabilização dos recursos já existentes no hospital. Mesmo tendo a necessidade de reforçar o quadro recursos humanos permite aos novos dirigentes, olhar para o futuro de forma diferente.
António Miguel, Provedor SCME
Este acordo firmado com a ULS Médio Tejo representará um encaixe financeiro anual de cerca de 300 mil euros, de acordo com Casimiro Ramos, que explicou ainda que os médicos que vão prestar serviço não podem ter, ou ter tido nos últimos três anos, vínculo com o serviço nacional de saúde.
Casimiro Ramos, presidente CA ULS Médio Tejo Custos
Com este novo modelo de atendimento, a ULS Médio Tejo e a SCME reafirmam o seu compromisso em garantir uma saúde de qualidade para a região do Médio Tejo. Recorde-se que, em novembro de 2023, ambas as instituições formalizaram a contratualização de cerca de 80 cirurgias da especialidade de Ortopedia, com o objetivo de reduzir as listas e tempo de espera cirúrgicas da região, estando também protocoladas camas de internamento de retaguarda.
Casimiro Ramos sublinhou que "os casos de doença aguda não urgente ou pouco urgente precisam de uma resposta célere que não passa pelas urgências hospitalares. Com a abertura deste CAC, estamos a dar uma resposta concreta às necessidades da população, oferecendo um serviço que é eficiente e humanizado.”
Casimiro Ramos realçou ainda que não põe de parte a possibilidade de um eventual acordo com o surgimento de uma Unidade de Saúde Familiar tipo C, ou seja, uma USF privada. Mas essa aposta será sempre um modelo de negócio de privados.
Casimiro Ramos, presidente CA ULS Médio Tejo
Na cerimónia de assinatura do protocolo esteve o representante da União das Misericórdias Portuguesas, Maia Frazão, que aplaudiu este acordo, tendo notado que a resposta aos problemas da saúde dos cidadãos é a génese da criação das misericórdias pela Rainha D.ª Leonor, há mais de 500 anos.
Maia Frazão, União Misericórdias
Também o presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos, esteve presente e deixou uma nota de agradecimento aos dirigentes da ULS pela busca permanente de soluções para esta região.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CIM Médio Tejo
Este acordo, a começar a 1 de fevereiro, é mais uma resposta para aliviar a pressão das urgências das unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas. A ULS indicou ainda que ainda não necessitou de acionar o plano de contingência do inverno, tendo existido sempre resposta dos mecanismos da ULS nos picos de afluência aos hospitais.
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