Foi esta quinta-feira inaugurada mais uma resposta social no concelho de Vila Nova da Barquinha. As Casas Moinho de Vento – Lar Residencial e Residência Autónoma, são um equipamento que vem dar resposta a necessidades de pessoas com deficiência.
O Lar Residencial tem disponíveis 12 camas, enquanto que a Residência Autónoma conta com mais cinco camas.
Esta nova estrutura nasceu de uma parceria entre a Associação de Paralisia Cerebral de Vila Nova da Barquinha, a Santa Casa da Misericórdia, a Diocese de Santarém e a Câmara Municipal. Após a bênção de D. José Traquina, bispo da Diocese de Santarém, na cerimónia de inauguração, perante os convidados, Hélder Silva, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha, destacou “o empenho de uma equipa jovem” e falou da “missão enquanto Misericórdia”, que deverá ter sempre uma “política centrada no utente”. Afirmou que as “Misericórdias são o pilar da resposta social” do país e não escondeu os “desafios multidisciplinares e complexos” dos dias de hoje. No entanto, segundo Hélder Silva, “o importante é a obra”.
No final, o provedor falou uma outra parceria, entre a Misericórdia da Barquinha e a Misericórdia de Tomar, tendo em vista a construção de uma outra resposta social, desta vez dirigida aos Cuidados Continuados. Nascerá no concelho de Vila Nova da Barquinha uma unidade com 90 camas.
Hélder Silva, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha
Manuel de Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, elogiou o trabalho de Hélder Silva e da “consideração” que o provedor lhe merece. Destacou o “profissionalismo” e o facto de o “fazer com gosto”, sinalizando o “sentido ético único”. “É um privilégio terem este provedor”, disse.
Manuel de Lemos falou depois da resposta social das Casas Moinho de Vento, dizendo que é um “motivo superior, pois estamos a tratar dos mais frágeis dos frágeis da sociedade. É o mais pesado de todos os trabalhos pesados que temos”.
O presidente do Secretariado Nacional da UMP declarou que Portugal continua “a ser um país pobre” e que “temos o dever de nos sentarmos todos e trabalharmos em conjunto”. Referiu, contudo, que “estamos no esplendor das Misericórdias, em termos de respostas sociais. Para o bem e para o mal”.
Manuel de Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas
Já Paula Carloto, diretora do Centro Distrital de Santarém do Instituto da Segurança Social, assegurou que “muito mais do que uma infraestrutura”, a valência agora inaugurada “é, e tem que ser sempre, um símbolo de acolhimento, dignidade e inclusão”. O projeto da Barquinha é, segundo disse, “resposta imprescindível” e “um bom investimento”, comparticipado pelo programa PARES - Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais.
São “mais duas respostas na área do apoio às pessoas com deficiência” que o distrito de Santarém ganhou e que se trata de um “grande benefício para os cidadãos com deficiência e suas famílias” para que consigam viver com a “dignidade a que têm direito” e proporcionar-lhes “também as oportunidades que lhes são devidas”.
“Que este seja um lugar de inspiração e transformação”, desejou Paula Carloto, prometendo, “enquanto representante da Segurança Social”, continuar “a ser sempre um parceiro ativo e empenhado destas respostas sociais”. Garantiu que “tudo farei para que as mesmas respostas possam ser cada vez mais eficazes e adequadas às necessidades dos nossos cidadãos”.
Paula Carloto, diretora do Centro Distrital de Santarém do Instituto da Segurança Social
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Foi parafraseando Fernando Pessoa que o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha iniciou a sua intervenção. Referiu ainda o Evangelho, mais propriamente o apóstolo São Mateus, quando este fala das bem-aventuranças.
“O nosso empenho no - envolvimento social, na educação, na formação, nas bem-aventuranças, e nos valores verdadeiros da vida - deve constituir um imperativo categórico diário”, afirmou Fernando Freire, explicando depois que “este Compromisso ético e moral cristão é ancestral no nosso território. Vem das extintas misericórdias deste concelho: a Misericórdia de Tancos, fundada em 30 de agosto de 1582 e da Misericórdia da Atalaia, erigida em 15 de fevereiro de 1588, ambas por alvará do Rei Dom Filipe I, e já extintas. Este Compromisso das bem-aventuranças foi transmitida à Misericórdia da Barquinha, criada em 22 de agosto de 1921, e que hoje aqui abre mais uma resposta social, o Lar Residencial e Residência de Autonomização e Inclusão. Hoje, e aqui, acolhe mais um desafio social, a resposta a pessoas com deficiência”,
O autarca referiu, contudo que a obra agora inaugurada, “só foi possível graças ao trabalho de muitos: à Segurança Social, à Fábrica da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, aos corpos sociais, aos sócios da Associação de Paralisia Cerebral, aos irmãos da Misericórdia, e de quem contribuiu com as suas públicas e anónimas doações, mas também graças aos titulares de cargos políticos do Município e das Freguesias”. Nesta questão, Fernando Freire fez questão de explicar que “a política não tem boa fama, mas é necessária para construir a fraternidade”. Ou seja, “como em todas as profissões, há bons e maus políticos, há bons e maus médicos, há bons e maus operários”. E comentando palavras do Papa Francisco, “temos de redescobrir que a política «é muito mais nobre do que parece», sobretudo quando «escuta a realidade», «serve os pobres» e «procura o bem comum».
“E ela procura o bem comum, quando é capaz de construir respostas como aquela que aqui hoje abrimos”, disse Fernando Freire.
Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha
Já à margem da cerimónia de inauguração das casas Moinhos de Vento, o provedor Hélder Silva falou aos jornalistas e comentou as finalidades da resposta social agora inaugurada.
Casas Moinho de Vento, na Moita do Norte, em Vila Nova da Barquinha, são mais uma resposta social que contará com a gestão da Santa Casa. A Misericórdia da Barquinha lança-se agora num novo projeto, uma unidade de Cuidados Continuados, em parceria com a Misericórdia de Tomar.
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