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Álbum de estreia do projeto Elas que junta Áurea e Marisa Liz é editado hoje

29/11/2019 às 00:00

A concretização do desejo e da vontade que as cantoras Áurea e Marisa Liz (Amor Electro) tinham de cantar juntas materializou-se em “9”, álbum do projeto a que decidiram chamar Elas e que é editado hoje.

Áurea e Marisa Liz conhecem-se há quase dez anos: “A Marisa foi a primeira pessoa que eu conheci no meio [musical] e fomo-nos aproximando, obviamente o The Voice [concurso de talentos da RTP no qual ambas são mentoras] ajudou muito, e sempre sentimos essa vontade de partilhar música e chegou finalmente a altura, achámos que era a altura ideal”, recordou Áurea em declarações à agência Lusa.

Marisa Liz reforça a vontade que ambas sentiam “de fazer um disco juntas, de cantar juntas”.

Com estilos musicais distintos, Áurea mais ligada à soul e Marisa Liz, através dos Amor Electro, à pop-rock, não definiram logo que conceito teria o projeto ou que temas iriam cantar.

“O conceito passa por músicas de que nós gostamos. Não fomos para um conceito de ‘vamos fazer um disco rock, ou um disco soul ou um disco pop, vamos fazer um disco delas’ e foi isso que aconteceu. Sabíamos que o queríamos fazer juntas, sabíamos que compositores é que queríamos convidar e começámos a pedir alguns originais. Aqueles que quisemos incluir no disco e que tinham que ver com as duas, que as duas sentimos, entram no disco”, contou Marisa Liz.

O alinhamento de “9” inclui nove temas, cinco dos quais originais – compostos por Afonso Cabral, Jorge Cruz, Márcio Silva e Tiago Machado - e quatro versões: “Ouvi Dizer” (Ornatos Violeta), “Glory box” (Portishead), “Inquietação” (José Mário Branco) e “Natural Woman” (Aretha Franklin).

O trabalho de “conseguir juntar as duas vozes e os dois estilos, para criar um estilo diferente”, através dos arranjos dos temas, ficou a cargo de Tiago Pais Dias (Amor Electro).

Além disso, Elas contaram ainda com ajuda de Jonny Abbey, “que fez dois dos arranjos das versões”.

Todo o processo de criação e gravação do disco foi “muito natural”.

“Tecnicamente o que demorou um bocadinho mais foi a escolha dos tons, porque temos vozes muito diferentes, com tessituras muito diferentes, mas isso foi logo ultrapassado ao início. Eu e a Áurea já tínhamos uma ligação musical grande, além de termos emocional, e sabíamos que musicalmente isto funcionava. E desde o momento em que nos tornámos mais amigas, mais fácil é esse trabalho”, confidenciou Marisa Liz.

O ‘single’ de avanço do álbum, “Eu Gosto de Ti”, foi apresentado pela primeira vez em setembro, na cerimónia de entrega dos Globos de Ouro portugueses, e a aceitação “tem sido boa”.

Áurea contou que ambas têm recebido “muitas mensagens, dos fãs de Amor Electro, dos fãs de Aurea”, mas há também “pessoas novas a ouvir este trabalho”.

“Agora esperemos que gostem do resto do disco, que o ouçam e que vão aos concertos, que estamos a planear apresentar o disco pelo país inteiro”, referiu.

Enquanto as datas dos concertos não são reveladas, haverá hoje uma apresentação na loja FNAC do centro comercial Colombo, em Lisboa, às 21:30. “Não vamos apresentar o disco na totalidade, mas um bocadinho”, disse Áurea.

Apesar de terem iniciado o projeto Elas, “obviamente que os Amor Electro continuam, o projeto da Áurea continua”.

Embora gerir uma agenda “seja complicado” e duas ao mesmo tempo “mais difícil”, Áurea é “totalmente defensora” de que “quanto se gosta, tudo acontece, tudo se consegue gerir e tudo se consegue fazer”.

Em relação ao futuro do projeto, tudo fica em aberto.

“Tanto eu como a Áurea estamos a pensar no presente e naquilo que estamos a viver, na experiência e na aprendizagem que estamos a ter com isto. Enquanto fizer sentido vamos fazê-lo. Na nossa cabeça isto tem a duração de um ano, não saberemos se vai continuar se não vai”, referiu Marisa Liz.

A vocalista dos Amor Electro considera que mesmo que o projeto Elas “acabe num ano” ou que mais tarde voltem “a fazer outro disco, é daquelas experiências que se iniciam e nunca mais se fecham”.

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