À primeira vista, tudo parece bastante simples: Alvaro Soler é um cantor espanhol charmoso cujo álbum de estreia, “Eterno Agosto”, e os êxitos “Sofia”, “El Mismo Sol” e “Yo Contigo, Tú Conmigo (The Gong Gong Song)” já conquistaram mais de 30 discos de ouro, platina e diamante em todo o mundo. Soler já foi nomeado para três Latin American Music Awards, e as suas canções foram ouvidas quase 390 milhões de vezes só no Spotify, além de todos os dias ter 1,5 milhões de fãs que o seguem no seu canal de YouTube. Poder-se-ia pensar que este é um caso típico. No entanto, se analisarmos de perto tudo se torna mais interessante. Álvaro é filho de mãe espanhola e pai alemão, viveu em Tóquio durante dez anos, antes de regressar a Barcelona para estudar design industrial. Em 2015, mudou-se para Berlim e gravou o seu álbum de estreia, que entrou diretamente no top 5 dos mais vendidos na Alemanha, atingiu o n.º 1 na Polónia, Suíça e Itália, e assegurou lugares de topo nas tabelas de venda de toda a Europa. “Sofia” chegou ao n.º 1 em 17 países e atingiu o top 5 em 30 países em todo o mundo. Apesar deste resultado impressionante, Álvaro não se leva demasiado a sério nem é movido pela fama que as suas canções lhe trazem. Para este cantor que domina várias línguas interessa-lhe muito mais unir diferentes culturas na pista de dança com melodias viciantes e um pouco de sentido de humor.
Em “La Cintura”, o primeiro single de “Mar de Colores”, o seu segundo álbum, a ser editado em setembro, Álvaro mostra que a autoironia e o potencial de êxito podem conviver em harmonia. Esta canção fala de algo que normalmente é o território clássico dos homens do Mediterrâneo: a cintura. Os europeus do norte não conseguem competir nesta área porque os espanhóis conseguem fazer bem muitas coisas, entre elas dançar. Álvaro, no entanto, não é o melhor exemplo. “Quando compus a canção estava sempre a pensar que devia retirar ‘La Cintura’ do refrão, porque não tem nada que ver comigo. Sou alto e meio desajeitado, não sou, de todo, um bailarino. Mas depois pensei, porque não usar a minha própria insegurança – no fundo, o facto de que pareço ridículo quando danço – e escrever sobre isso. Se posso ser honesto, no final isto pode tornar-se um ponto forte…” E, assim, Álvaro faz o seu apelo compreensivo – que o ajudem a controlar a cintura – um refrão cativante e repleto de sentido de humor que vai fazer mexer as cinturas de todo o mundo, quer dancem ou não. Neste verão, Álvaro vai dançar e todos se podem juntar a ele!