O Festival Andanças regressa este ano às margens da albufeira de Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide (Portalegre), onde um incêndio, em 2016, destruiu mais de 400 viaturas estacionadas junto ao recinto do certame.
O presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, explicou hoje à agência Lusa que, depois de terminada a concessão da exploração hídrica da barragem, os terrenos passaram para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que autorizou a realização do festival, novamente, nas margens da albufeira.
Promovido pela PédeXumbo - Associação para a Promoção da Música e Dança, o Andanças vai decorrer entre os dias 04 e 10 de agosto.
O autarca assegurou que a iniciativa vai ter este ano um “reforço de segurança” na área da proteção civil, "seguindo todas as recomendações” que estão estipuladas neste tipo de eventos.
O incêndio de 2016, ocorrido a meio da tarde do dia 03 de agosto, a algumas centenas de metros do recinto, surgiu num dos parques de estacionamento e, em menos de três horas, atingiu total ou parcialmente 458 viaturas.
Em fevereiro de 2017, o Ministério Público (MP) arquivou o inquérito instaurado ao caso, por não ter conseguido apurar as circunstâncias concretas em que o fogo deflagrou.
O advogado Pedro Proença, que representa 70 lesados, interpôs, em julho de 2018, uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco contra a PédeXumbo, a Câmara de Castelo de Vide e a seguradora do grupo Crédito Agrícola, exigindo uma indemnização de 831 mil euros.
Contactado hoje pela Lusa, o advogado referiu que os réus “contestaram" os pedidos de indemnização dos lesados que se associaram ao processo.
“Os réus contestaram a ação e, entretanto, houve duas companhias de seguros que vieram pedir a adesão ao processo. O tribunal notificou os réus para contestarem essas intervenções das companhias de seguros e eu fui notificado, esta semana, da contestação dos réus às intervenções dessas companhias”, explicou.
Em declarações à Lusa, a coordenadora artística e gestão de projetos da PédeXumbo, Marta Guerreiro, considerou que o regresso às margens da albufeira devolve ao Andanças a sua “identidade”, uma vez que, nos últimos dois anos, a iniciativa decorreu na vila de Castelo de Vide.
“O Andanças nunca foi um festival urbano e não é isso que nós queremos que seja”, disse.
Já o presidente da Câmara de Castelo de Vide referiu que este regresso vai ajudar a “relançar” o turismo na zona da albufeira de Póvoa e Meadas.
Concertos, oficinas de dança, bailes, atividades para crianças e famílias, performance e teatro, animação de rua, oficinas de instrumentos e passeios são alguns dos “ingredientes” do festival, que este ano assinala a 24.ª edição.
LUSA