O artista norte-americano Bill Fontana criou uma instalação sonora a partir dos sons e vibrações da Ponte 25 de Abril e do rio Tejo, em Lisboa, para apresentar em outubro, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT).
"Shadow Soundings", é o título da obra encomendada para instalar na Galeria Oval do MAAT, de forma a assinalar um ano de aniversário do novo museu, em Lisboa, tendo inauguração prevista para 03 de outubro, e abertura ao público no dia seguinte, de acordo com o sítio 'online' da instituição.
Trata-se de uma instalação imersiva de som e vídeo do artista norte-americano, realizada a partir dos sons e vibrações da Ponte 25 de Abril e do rio Tejo, e foi especialmente criada para o museu em Lisboa.
Bill Fontana, 70 anos, nascido em Cleveland, nos Estados Unidos, tornou-se conhecido internacionalmente pelo trabalho pioneiro e experimental na área da arte sonora.
Para esta obra, que tem curadoria de Pedro Gadanho, diretor do MAAT, o artista captou as sonoridades da ponte e áreas circundantes — familiares aos habitantes da cidade — e amplificou-as, conferindo-lhes musicalidade.
Conhecido por ser o artista que "tira os sons das coisas", a sua já longa carreira como 'sound artist' inclui exposições individuais no Whitney Museum of American Art, no San Francisco Museum of Modern Art, na Art Gallery of NSE em Sydney, entre outras.
Tem criado instalações sonoras de grandes dimensões, concebidas especificamente para museus e galerias, como a Harmonic Bridge, que apresentou em 2006, na Tate Modern, em Londres.
Em Lisboa, o artista vai aliar uma dimensão sonora dinâmica à componente de vídeo transmitida em 'live streaming', através de sete pontos de projeção, nos quais a instalação mostra vistas da ponte e do Tejo, e ângulos desconhecidos das sombras dos veículos em movimento no tabuleiro da ponte.
Na mesma altura, o MAAT vai inaugurar na Central 2 a exposição "Quote/Unquote - Entre a apropriação e o diálogo", com curadoria de Ana Anacleto e Gabriela Vaz-Pinheiro, que apresenta uma seleção de obras da coleção da Fundação EDP subordinadas ao tema da apropriação na arte contemporânea.
No período temporal que define a coleção — dos anos 60 do século XX até à atualidade — a exposição propõe uma leitura transversal da apropriação direta de imagens, textos ou outras formas de produção cultural.
Realizada em curadoria colaborativa, a exposição estrutura-se em torno de três núcleos: “Arquivo e Quotidiano”, “Espacialidade e Política” e “Imagem e Narrativa”, que pretendem agregar conjuntos de obras em torno de afinidades eletivas, propondo assim, também, diálogos intrínsecos entre obras muito diferentes.
Este é o quarto momento da série de exposições “Perspetivas | Coleção de Arte Fundação EDP” e estará patente na Central 2, depois de ter sido apresentada na Galeria Municipal do Porto, da qual a Fundação EDP é mecenas.
Esta mostra irá incluir obras de artistas como Rodrigo Amado, Sara & André, Tiago Baptista, Daniel Barroca, Joana Bastos, Eduardo Batarda, Michael Biberstein, Catarina Botelho, Manuel Botelho, Jorge Brilhante, Carlos Bunga, Pedro Calapez, Fernando Calhau, Luís Campos, Nuno Cera, Mauro Cerqueira, Margarida Correia, José Pedro Croft, Diogo Evangelista, Ângela Ferreira, Mariana Gomes e Ana Hatherly, entre outros.
Na mesma altura será inaugurada uma mostra inserida no programa Artists’ Film International, com curadoria de Daniela Agostinho, com vídeos, filmes e animações realizados por artistas de várias zonas do mundo.
É o segundo ano consecutivo que o MAAT integra este programa de exibição iniciado em 2008 pela Whitechapel Gallery, em Londres, atualmente uma rede que reúne 16 instituições que todos os anos selecionam uma obra de um artista de relevo no seu país, partilhando-a com as restantes entidades parceiras.
Em diálogo com a maquinaria industrial da Sala das Caldeiras, a exposição apresenta um conjunto de filmes em torno do conceito de “colaboração”.
O MAAT vai celebrar um ano de atividade a 05 de outubro, com entradas gratuitas e uma programação especial.
Lusa