O cantor Bruno Mars e o ‘rapper’ Kendrick Lamar foram os grandes vencedores da 60.ª edição dos prémios Grammy, com o primeiro a conquistar seis e o segundo cinco galardões.
Bruno Mars ganhou em todas as categorias em que estava nomeado, incluindo Álbum do Ano, “24K Magic”, e Melhor Canção do Ano, "That's What I Like", na cerimónia dos prémios atribuídos pela indústria musical dos Estados Unidos, entregues no domingo, em Nova Iorque.
“Pai, se estás a ver isto, eu amo-te. Isto é para os fãs”, afirmou o cantor.
Kendrick Lamar conquistou cinco prémios, incluindo o Grammy para o Melhor Álbum Rap, com “DAMN.” e a Melhor Performance Rap.
“Isto é especial. Há muita gente aqui de quem em gosto”, afirmou Lamar, nomeando Jay-Z, Nas and Diddy como inspirações.
Mas o ‘rapper’ Jay-Z, que liderava as nomeações, oito no total, não recebeu qualquer prémio, um ano depois de a mulher perder o prémio de Álbum do Ano para Adele, originando críticas por o trabalho “Lemonade”, de Beyoncé, não ter sido recompensado.
O cantor Leonard Cohen, que nunca ganhou um Grammy enquanto foi vivo, foi distinguido, a título póstumo, com o prémio para a Melhor Atuação Rock, com a música “You Want it Darker”, na qual dizia estar pronto para morrer.
O seu álbum "You Want It Darker" foi lançado três semanas antes da morte do cantor, que faleceu em novembro de 2016, aos 82 anos.
Também a atriz Carrie Fisher, uma das protagonistas da Guerra das Estrelas, recebeu, a título póstumo, o prémio para o Melhor Álbum Falado, com “The Princess Diarist”, a versão áudio da sua autobiografia.
Vários momentos destacaram-se na cerimónia de quatro horas, como por exemplo os movimentos #MeToo et #TimesUp, contra as agressões sexuais a mulheres e pela igualdade.
Se nos Globos de Ouro dominaram os vestidos pretos em solidariedade com o movimento #MeToo, na cerimónia dos Grammy foram as rosas brancas que sobressaíram, assim como as cantoras Janelle Monae e Kesha, esta última com a canção “Praying”, tornada num testemunho contra um produtor que ela acusou de a ter violado.
A crítica ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à política de imigração, teve como “porta-voz” a cantora cubana-mexicana Camila Cabello, que defendeu os “sonhadores”, cerca de 800 mil imigrantes que entraram ainda crianças ilegalmente no país e que Trump quer expulsar.
Já a opositora de Trump nas presidenciais, Hillary Clinton, fez uma aparição surpresa, lendo um trecho do controverso livro sobre o Presidente dos Estados Unidos, “Fire and Fury: Inside the Trump White House” [“Fogo e Fúria”].
Na cerimónia, três artistas que atuaram no festival de música country, em Las Vegas, que se tornou no ano passado o local do maior massacre na história moderna dos Estados Unidos, homenagearam os cerca de 60 mortos.
Lista de premiados nas principais categorias:
Álbum do ano: "24K Magic", Bruno Mars.
Gravação do ano: "24K Magic", Bruno Mars.
Melhor canção do ano: "That's What I Like”, Bruno Mars.
Revelação do ano: Alessia Cara.
Melhor performance solo pop: "Shape of You", Ed Sheeran.
Melhor performance duo ou grupo pop: "Feel It Still", Portugal. The Man.
Melhor álbum pop tradicional: "Tony Bennett Celebrates 90”, vários artistas
Melhor álbum pop: "Divide", Ed Sheeran.
Melhor álbum rock: "A Deeper Understanding", The War on Drugs
Melhor álbum de música alternativa: "Sleep Well Beast," The National.
Melhor álbum rap: "DAMN.", Kendrick Lamar.
Melhor canção rap: "HUMBLE.", Kendrick Lamar.
Melhor performance rap: Kendrick Lamar.
Melhor álbum urbano contemporâneo: ""Starboy", The Weeknd.
Melhor álbum R&B: "24K Magic," Bruno Mars.
Melhor performance R&B: Bruno Mars.
Melhor canção R&B: "That's What I Like," Bruno Mars.
Melhor álbum de dança eletrónica: "3-D The Catalogue".
Melhor álbum country: "From A Room: Volume 1", Chris Stapleton.
Melhor álbum jazz vocal: "Dreams And Daggers", Cecile McLorin Salvant.
Melhor álbum jazz instrumental: "Rebirth", Billy Childs.
Melhor compilação de banda sonora para visual media: "La La Land."
Melhor vídeo de música: "HUMBLE.," Kendrick Lamar.