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Compositor italiano Ennio Morricone recordado como «génio musical»

7/07/2020 às 00:00
Ennio Morricone e Dulce Pontes (DR)

O compositor italiano Ennio Morricone, que morreu na noite de domingo aos 91 anos, é recordado no meio cultural, social e político, como um génio musical, autor de bandas sonoras que marcaram gerações, mas também pela sua simpatia e cavalheirismo.

Ennio Morricone, agraciado com um Óscar em 2016, morreu numa clínica em Roma onde se encontrava hospitalizado após uma fratura de fémur na sequência de uma queda, referem fontes citadas pelos jornais italianos.

As reações à morte do músico que compôs bandas sonoras de filmes históricos como “Era uma vez na América”, "Era uma vez o Oeste”, "Por um Punhado de Dólares", "A Missão" e "Cinema Paraíso", não se fizeram esperar e surgiram vindas de vários meios italianos, mas também internacionais.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, escreveu na sua conta de Twitter que recordará “sempre, com infinita gratidão, o génio artístico do maestro Ennio Morricone”.

“Emocionou-nos, fez-nos sonhar, refletir, escrevendo notas memoráveis que permanecerão indeléveis na história da música e do cinema”, acrescentou o governante italiano.

"Adeus 'maestro' e obrigado pelas emoções que nos ofereceste", disse Roberto Speranza, ministro da Saúde do governo de Roma, através de uma mensagem difundida também pelo Twitter.

O vocalista da banda inglesa de rock e eletrónica New Order, Bernard Summer, afirmou que foi com “grande tristeza” que viu morrer um dos seus “heróis musicais”.

Bernard Summer assinalou ainda que foi a musica de Morricone que o apresentou aos álbuns musicais e que o primeiro que comprou foi um dos seus.

“Ele compôs música linda, emocional, e foi o mestre da melodia", acrescentou.

O realizador, argumentista, produtor e ator britânico Edgar Wright afirma nem saber por onde começar para falar do “icónico compositor Ennio Morricone”.

“Ele conseguia transformar um filme médio num imprescindível, um bom filme numa obra de arte, e um grande filme numa lenda. [Ennio Morricone] esteve sempre presente na minha aparelhagem toda a minha vida. Que legado, de trabalho deixa para trás”, considerou.

O músico de eletrónica britânico Robin Rimbaud, conhecido como Scanner, despediu-se também, através do Twitter, do “extraordinário compositor Ennio Morricone, que escreveu as bandas sonoras de grande parte das nossas vidas no ecrã”.

A cantora italiana Laura Pausini, amiga do compositor, lembrou-o, na sua conta de Instagram, como um homem “doce e irónico, terno e carinhoso, um enorme artista”, e sublinhou que Morricone será sempre amado.

Uma das primeiras reações à morte do compositor italiano veio do violinista francês Renaud Capuçon, que, no Twitter, partilhou como se sentia “tão triste” com o “desaparecimento do imenso Ennio Morricone”.

“O pequeno Toto no ‘Cinema Paradiso’, e todos os amantes do compositor estão hoje perturbados", acrescentou.

Também do Japão chegaram reações à morte de Ennio Morricone: o ‘designer’ de jogos eletrónicos Hideo Kojima mostrou-se “chocado” por saber que o compositor havia morrido.

“Acabei de comprar a banda sonora do filme ‘A lenda de 1900’. Utilizei a sua música ‘Here's To You’ cantada por Joan Baez para ‘MGS V: Ground Zeroes’, a canção usada no filme ‘Sacco e Vanzetti’”, disse.

O "maestro" italiano foi autor de mais de 500 músicas para cinema, entre as quais melodias como a que criou para o filme "O Bom, o Mau e o Vilão" (1966), do realizador Sergeo Leone, com o ator Clint Eastwood.

Ennio Morricone "morreu ao amanhecer de 06 de julho no conforto da fé", indica o comunicado do advogado e amigo da família, Giorgio Assuma, citado pelos vários jornais italianos hoje de manhã.

"Esteve totalmente lúcido e manteve uma grande dignidade até ao último momento", acrescenta o mesmo comunicado.

Entre os filmes para os quais Ennio Morricone compôs, contam-se ainda “Lolita”, “Malèna” e “Sacanas sem lei”.

Em 2016 foi distinguido com o Óscar de melhor banda sonora para o filme "Os Oito Odiados", de Quentin Tarantino.

Ennio Morricone venceu ainda cinco prémios BAFTA entre 1979 e 1992, foi nomeado pela Academia de Hollywood para cinco Óscares de Melhor Banda Sonora Original entre 1979 e 2001, não tendo vencido nenhum deles.

Em 2007, recebeu pelas mãos do ator e realizador Clint Eastwood um Óscar Honorário "pelas suas magníficas e multifacetadas contribuições musicais para o cinema".

Morricone compôs originais para a portuguesa Dulce Pontes, com quem contou no álbum "Focus" (2003). Dulce Pontes participou também numa série de concertos comemorativos dos 60 anos de carreira do maestro e compositor italiano, em 2017.

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