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CONAN OSIRIS ainda está a digerir a vitória no Festival da Canção 2019

3/03/2019 às 00:00

O vencedor do Festival da Canção 2019, Conan Osíris, mostrou-se pouco consciente do triunfo obtido com votação máxima do público e praticamente todo o júri, que fez dele o representante português na Eurovisão, em maio.

“Ainda estou 'bué' à toa e dói-me 'bué' o pé, porque torci o pé na segunda-feira”, foram as primeiras palavras do cantor de “Telemóveis”, na conferência de imprensa que deu após o espetáculo.

Quanto à vitória sobre os restantes sete concorrentes, Conan Osíris, que irá representar Portugal na cidade israelita de Telavive, em maio, disse não ter ainda “nenhum sentimento” e garantiu que estava nas antípodas.

“Estou super insensível ainda, juro, tomei um analgésico por causa do pé”, respondeu o artista, que foi o mais saudado pelo público presente no Portimão Arena, onde no sábado se realizou a final do 53.º Festival da Canção.

Perante a insistência dos jornalistas, a quererem saber se já lhe tinha “caído a ficha”, Conan Osíris afirmou que “nunca vai cair” e mostrou-se igualmente surpreendido por ter sido um dos vencedores com mais pontuação de sempre num Festival da Canção.

“O rapaz estava a dizer há bocado que tive 'bué' pontos, mais que o Salvador [Sobral, vencedor da Eurovisão em 2017], ou ‘whatever’, não percebo nada disso, mas ‘uau’, obrigado mesmo”, agradeceu.

Sobre a segunda atuação, depois de vencer o concurso, Conan Osíris salientou a importância de ter conseguido chamar os outros concorrentes ao palco para celebrarem consigo.

“Queria que estivessem ali em cima desde o início da atuação, foi por isso que eu estava a chamá-los, mas pelo menos vieram e isso fez todo o sentido para mim. Nestes dias foi uma cena quase como eu nunca senti, de irmandade, de não competição, uma cena super saudável, desde partilhar truques, chazinhos, dicas”, lembrou.

O cantor disse ainda ter ficado “com pena dos outros”, porque já não vão poder acompanhá-lo em Israel, para onde irá da mesma forma que chegou a Portimão para a final do Festival da Canção.

“Vou como vim aqui, vim a Portimão e vamos ver, não sei se para a semana estou cá”, respondeu, quando questionado se o apoio e o “favoritismo” que lhe é apontado é “uma pressão extra” para ir a Israel.

O conflito israelo-palestiniano e as ameaças de um eventual boicote ao festival são questões para serem analisadas mais tarde, disse.

“As coisas nem sempre são normais, como parecem, nós é que temos de ter alguma capacidade para moldar o que será normal. Ainda estou a estudar as coisas, as possibilidades e as realidades, vou digeri-las e vou prosseguir e ver o que é considerado o real normal para essa situação”, respondeu, questionado sobre o sentimento de ir a um país que vive em confito com os vizinhos palestinianos.

Lusa

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