Dora Maria Valente Caldeira, nasceu por mero acaso em Lisboa, já que as suas origens são alentejanas, de Nisa.
Veio no entanto aos 7 meses de idade para a cidade Abrantes. Daí haver uma miscelânea na suaforma de ser e de estar um toque das planícies alentejanas com laivos das planícies ribatejanas.
Desde tenra idade começou a ouvir fado, primeiro na voz de sua mãe que a embalava ao som do fado e foi mesmo com ela que cantou os primeiros versos.
A primeira vez que pisou um palco tinha 5 anos de idade e cantou mesmo sem músicos. O gosto pelo palco surgiu nesse dia…
Depois durante a sua adolescência afastou-se um pouco do fado. Cantou no coro da igreja onde foi responsável pelo coro litúrgico, também cantava em vários eventos musicais.
Em 1992 foi viver para a cidade de Beja, cidade que acolheu enquanto estudante universitária.
Durante os 5 anos que lá permaneceu foi solista da Tuna Académica da Escola Superior de Educação de Beja (Tunãbêjas) e dois dos quais foi Magister Tunae da mesma.
Também foi em Beja que em tertúlias de amigos todos eles ligados à música que o fado veio para ficar na vida de Dora Maria. Cantava-se muito nessas tertúlias, vários estilos de música, mas Dora
sempre pedia que tocassem fado para ela cantar. Francisco Fanhais, grande amigo e companheiro dessas tertúlias, sempre lhe dizia que o fado era a sua canção.
Em 1998, um grupo de artistas argentinos que iriam actuar no Pavilhão da Argentina na Expo 98, ao ouvi-la cantar num bar em Beja, convidou-a para fazer umas apresentações especiais no seu
espectáculo. Recusou. A conclusão do seu curso que se estava avizinhar falou mais alto. Mais uma vez o sonho foi adiado.
Regressou à cidade de Abrantes. Deixou de cantar fado durante cerca de 6 anos. Até que um dia foi convidada para actuar numa noite de fados no Cine-Teatro de S. Pedro em Abrantes.
Aí teve a certeza que a sua vida não fazia sentido sem cantar. Desde aí não mais parou. Pertenceu a um grupo de fados de Abrantes, cantou em vários sítios de norte a sul do país e fora além fronteiras
(Londres, Leicester, Genéve, Toulouse, Tours,Salamanca, Vigo, Zurique, Lichenstein, Davos ).
Muitos têm sido os músicos que a acompanham, nomeadamente: João Chora, Bruno Mira,Custódio Castelo, José Manuel Bacalhau, Carlos Velez, Manuel da Gama, Gilberto Silva,Fernando Silva, Custódio Magalhães, .entre outros…).
Um dia ao escutar um fado de Amália que dizia assim “Olha a ribeirinha que sonhou ser um rio,sonho de grandeza de ribeira presa que vai com certeza deixar de sonhar” sentiu que era essa
ribeirinha mas com muita vontade de ser rio e nunca deixar de sonhar.
Quis o destino que tivesse encontrado vários afluentes que com as suas águas cristalinas e deforte corrente tivessem aumentado o seu caudal.
Chegou o momento deste rio desaguar neste projeto a que chamou “Mar de tanto Amar”.
Desde então tem apresentado o seu primeiro trabalho em várias salas do país e além fronteiras ( Abrantes , Sardoal, Figueira da Foz, Cernache do Bom Jardim, Cabeço de Vide, Santarém , Chamusca, Redondo, Portalegre,Lisboa, Castelo Branco,Zurique,Toulouse,Davos ) , sempre com bastante aceitação por parte do público.
Ao primeiro trabalho, junta em palco "Encontros"...o seu 2º disco que contou com José Cid na produção e direção musical de Custódio Castelo, e que acabou por projetar a fadista para outro patamar de visibilidade pública.