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Constância: Fábrica da Tupperware continua em suspenso... ainda não se sabe qual será o futuro da empresa e dos trabalhadores

19/12/2024 às 17:10

A situação da fábrica da Tupperware em Montalvo, no concelho de Constância, ainda não está definida. O futuro da empresa mãe, nos Estados Unidos, a braços com um processo de insolvência, tem deixado na incerteza os cerca de 200 trabalhadores da fábrica portuguesa.

Esta quarta-feira, dia 18 de dezembro, na reunião de Câmara do Executivo de Constância, a vereadora eleita pela CDU, Manuela Arsénio, questionou o presidente sobre se havia alguma novidade relativamente a este processo.

Sérgio Oliveira esclareceu que só no dia anterior conseguiu falar com o vice-diretor da empresa para a operação na Europa e que, para já, não há nenhuma informação relativamente à empresa de Montalvo. Contudo, lá adiantou que, “as últimas informações que tenho, à data, é de que a empresa [nos Estados Unidos] foi dividida em dois grupos. Digamos que, para percebermos melhor, é o exemplo do que foi feito com o Banco espírito Santo em Portugal. Ou seja, o banco bom e o banco mau. Portanto, do banco bom foram aproveitadas todas as operações e todas as fábricas que o Grupo tinha fora da Europa. E aí foram os próprios credores que ficaram com esses ativos... e passivos. Ficou de fora a operação na Europa, nomeadamente a nossa fábrica aqui, em Montalvo, e fábrica na Bélgica. Pelo que soube, o processo está numa equivalência a um processo de insolvência que decorre num tribunal e que, neste momento, estão a tratar lá de todos os aspetos jurídicos para finalizar a operação da parte boa. Ou seja, fechar os processos com os credores sobre essa matéria. Posteriormente, vão então verificar o que fazer com a fábrica em Portugal e com a fábrica na Bélgica”.

Depois desta explicação, o presidente da Câmara de Constância ainda disse saber que “a fábrica de Montalvo tem contratos assinados com os fornecedores até dia 8 ou 9 de janeiro. A partir daí, ninguém sabe se alguns desses contratos vão ser renovados”.

Todas estas informações foram transmitidas pelo secretário de Estado da Economia e, por parte do Governo, o que tem chegado ao conhecimento do autarca é de que este “é um processo complexo e de que é difícil obter mais informações para além disto”.

A garantia deixada por Sérgio Oliveira é a de que “vamos continuar a acompanhar este processo, quer através do Ministério da Economia, quer através da AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal], com quem já tivemos uma reunião e a quem pedimos ajuda - pois tem outros meios que o próprio Ministério da Economia não tem, ao nível do investimento estrangeiro e de contactos - para também acompanharem esta situação”. A reunião da Câmara de Constância com a AICEP teve lugar ao final do dia 17 de dezembro.

Depois de largas semanas a tentar o contacto telefónico com o vice-diretor para a operação na Europa, “conseguimos que nos atendesse o telefone esta semana”, informou o presidente. Dessa conversa, o que Sérgio Oliveira ficou a saber “foi que, neste momento, o processo continuava na mesma conforme nos tinha dito há uns meses atrás. Portanto, não havia novidades nenhumas e para lhe ligarmos novamente durante a próxima semana para sabermos se já havia mais alguma informação”.

Pelo concelho de Constância, de onde são a maioria dos trabalhadores da fábrica da Tupperware, são muitas as versões que se ouvem na rua mas, segundo o presidente da Câmara, que tem questionado alguns dos funcionários da fábrica com quem se vai cruzando, “o que me dizem é que foi feita uma reunião há relativamente pouco tempo e em que foi transmitido que os contratos que tinham com os fornecedores eram até aos primeiros dias de janeiro e, quanto ao futuro, nada foi dito”.

Sérgio Oliveira revelou que “acho que nem os diretores ou os responsáveis da fábrica em Portugal sabem ou têm informações sobre o que vai acontecer nos próximos meses. Isto é uma gestão, diria eu, dia a dia, para não dizer hora a hora”.

O autarca reiterou “a solidariedade para com todos os trabalhadores e as famílias que vivem nesta angústia de não saber qual será o futuro da empresa. Se há continuidade, se não há, se fecha, se não fecha, se são despedidos, se não são...”

A vereadora Manuela Arsénio afirmou depois que alguém ao mais alto nível deverá ter alguma informação, tendo Sérgio Oliveira dito não ter “dúvidas nenhumas de que nos Estados Unidos sabem bem o que é que vão fazer às fábrica de Portugal e da Bélgica”. A vereadora comunista lembrou “o impacto grande” que esta situação pode ter junto das famílias do concelho e da região, tendo o presidente do Município voltado a garantir que irão acompanhar a situação junto do vice-diretor da Tupperware na Europa, do Ministério da Economia e da AICEP, “que também foi convocada para este processo, de modo a termos os canais todos abertos”. Sérgio Oliveira contou que na reunião com a AICEP, questionou sobre a possibilidade “de o nosso embaixador nos Estados Unidos tentar obter alguma informação” e o que lhe foi transmitido é de que “sendo um processo judicial, não há ninguém que lhe vá dar informação”. Portanto, “só as partes envolvidas no processo é que têm acesso à informação” e, acrescentou, “muito dificilmente o nosso embaixador nos Estados Unidos conseguiria mais informação do que esta”.

Sérgio Oliveira reforçou que “vamos continuar a acompanhar”.

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