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Fadista João Chora apresenta em Santarém novo “Aromas de Fado”

2/11/2017 às 00:00

O fadista João Chora apresenta na sexta-feira, em Santarém, o seu novo CD, “Aromas de Fado”, no âmbito dos 30 anos de carreira que está a celebrar desde o início do ano.

O espetáculo, no Convento de S. Francisco, conta com a participação, entre outros, de Rodrigo e Ana Laíns, dois intérpretes que participam também no álbum.

Com Ana Laíns, João Chora interpreta “Verdes são os Campos”, de Luís de Camões, com música de José Afonso, e com Rodrigo, um poema inédito de Manuel de Almeida, “Por Transformação Existo”, que interpretam no Fado das Horas, de Maria Teresa de Noronha.

“Esta é uma homenagem que os dois fazemos a um fadista que muito apreciamos, e que para mim é uma referência”, disse à agência Lusa João Chora, referindo-se a Manuel de Almeida (1922-1995).

Quanto ao espetáculo, João Chora afirmou: “Não encerra as celebrações dos 30 anos de carreira, pois vamos ter mais espetáculos até ao primeiro semestre do próximo ano, mas é o de apresentação, e estreia ao vivo, do novo CD”.

O CD é constituído por 11 temas, quatro deles poemas de autoria de Custódio Castelo, que o acompanha à guitarra portuguesa. No palco do S. Francisco, em Santarém, além de Ana Laíns, Rodrigo e Custódio Castelo, participam Fernando Maia, na viola, Paulo Loureiro, ao piano e acordeão, e ainda os grupos Jardim de Tango e o de Danças do Ribatejo.

A produção do CD, direção musical e arranjos são de Custódio Castelo, sendo João Chora acompanhado por Carlos Leitão, na viola, Carlos Meneses, no contrabaixo, e Paulo Loureiro, no piano e acordeão.

“Madrugada de Aromas”, um dos inéditos, com letra e música de Custódio Castelo, abre o CD, que inclui ainda, entre outros, “Estranho Fado”, também com letra e música de Castelo, “Cantigas”, de Maria Manuel Viana, que Chora definiu como “um vira do Minho cantado por um ribatejano”, e “Acontece”, uma letra de Castelo gravada no Fado Vianinha, de Francisco Viana.

Em termos de melodias tradicionais, o CD inclui o Fado Pedro Rodrigues, que Chora canta num letra de Ana Fonseca da Luz, “O Fado que me Escreveste”, a Marcha do Manuel Maria, na qual interpreta “Festejar a Ascensão”, de João Baptista-Lopes, e o Fado Velho, de José António Sabrosa, na qual gravou “Todas as Horas são Breves”, de Helder Moutinho.

O fadista assina com Bruno Mira a música de “Canção do Ribatejo”, de José Fernandes de Castro.

Referindo-se às celebrações dos 30 anos de carreira, o fadista faz “um balanço muito positivo, com o público a reconhecer os temas, e a encher as salas”.

“O público é o nosso melhor ‘cachet’”, rematou o fadista natural da Chamusca do Ribatejo, que defende que a região ribatejana “impregna um cunho próprio” à canção de Lisboa e aponta “a envolvência e ambiência do [rio] Tejo e da campina como marcantes nos temas fadistas ao lado da festa brava e da lide do campo”.

Quanto a si afirmou: “Pode parecer um chavão, mas creio que, nesta altura, tenho já um estilo próprio, que é aquilo que nos diferencia uns dos outros, e me permite até cantar temas de outros repertórios".

João Chora, de 58 anos, argumentou que o “fado fez sempre parte” da sua vida, mas começou por ser “menino de coro” na paróquia da Chamusca. Fez parte depois de um grupo de baile, antes de, na segunda metade da década de 1980, começar a conviver com nomes do fado e a aprender a tocar fado - "aprender as músicas e a informar-se" -, quando havia já “um percurso muito caseiro de tertúlias fadistas com amigos”, entre eles, os músicos Carlos Lisboa e Custódio Castelo.

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