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Festival Andanças deixa Castelo de Vide e procura novo palco - organização

14/10/2019 às 00:00

O Festival Andanças, realizado há vários anos em Castelo de Vide, no Alto Alentejo, onde em 2016 um incêndio destruiu centenas de viaturas, vai ser transferido para outra zona do país, revelou hoje a organização à agência Lusa.

“Vamos iniciar um processo de procura de espaço para uma nova edição”, disse Marta Guerreiro, da PédeXumbo - Associação para a Promoção da Música e Dança, promotora do certame.

A edição deste ano, prevista para agosto nas margens da albufeira de Póvoa e Meadas, em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, foi cancelada, com a organização a prometer que o festival “não vai acabar” e que regressará com um “formato adaptado” aos desafios emergentes.

Contactado hoje pela Lusa, o presidente do município alentejano, António Pita, lamentou a decisão da organização do festival, depois de esta, na passada sexta-feira, ter comunicado que o futuro do Andanças não passa por Castelo de Vide.

"Com a saída do Andanças, que tinha sempre impacto na nossa economia, vamos voltar a realizar as festas de Santa Maria d´Agosto e aumentar mais uma semana a prova desportiva Castelo de Vide Cup”, avançou o autarca.

Depois do fogo, as edições de 2017 e 2018 do Andanças foram realizadas na vila de Castelo de Vide e para este ano estava prometido o regresso ao palco habitual, junto à albufeira de Póvoa e Meadas, mas o certame acabou por ser cancelado.

No verão de 2016, a meio da tarde do dia 03 de agosto, um incêndio, num dos parques de estacionamento e a algumas centenas de metros do recinto, atingiu total ou parcialmente 458 viaturas, em menos de três horas.

Em fevereiro de 2017, o Ministério Público (MP) arquivou o inquérito instaurado ao caso, por não ter conseguido apurar as circunstâncias concretas em que o fogo deflagrou.

O advogado Pedro Proença, que representa 70 lesados, interpôs, em julho de 2018, uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco contra a PédeXumbo, a Câmara de Castelo de Vide e a seguradora do grupo Crédito Agrícola, exigindo uma indemnização de 831 mil euros.

O advogado disse hoje à Lusa que o processo continua a decorrer em tribunal e que “ainda há pouco tempo” se registavam casos de réus a contestar as ações das companhias de seguros que deduziram pedidos, sobretudo de lesados que tinham coberturas contra todos os riscos.

“Esta situação atrasou um bocado o processo, mas eu estou a contar que até ao final do ano haja evolução”, referiu.

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