O Festival Andanças, realizado durante anos em Castelo de Vide (Portalegre), onde em 2016 um incêndio destruiu centenas de viaturas, vai passar a decorrer em Reguengos de Monsaraz (Évora), numa aldeia perto da albufeira do Alqueva.
A Câmara de Reguengos de Monsaraz anunciou esta terça-feira, 12 de Janeiro, em comunicado, ter estabelecido uma parceria com a promotora do certame, a Associação PédeXumbo, de Évora, para a realização do festival no concelho, mais precisamente na aldeia de Campinho, junto do lago de Alqueva.
A edição deste ano do Andanças já está agendada para agosto, entre os dias 18 e 22, e vai ter lugar no Parque de Eventos de Campinho e nas áreas adjacentes, “onde serão instalados vários palcos, zonas para alimentação e bebidas, área de campismo e parques de estacionamento”, revelou o município.
Segundo a câmara, nesta “estreia” em Reguengos de Monsaraz, o festival “terá cinco dias de música, dança e outras atividades para todas as idades”, com as iniciativas a serem levadas também “ao interior da aldeia e ao espaço natural junto ao lago”.
“A autarquia e a organização pretendem que esta parceria permita a realização do festival durante muitos anos no concelho de Reguengos de Monsaraz”, pode ler-se no comunicado.
O Festival Andanças teve início em 1996 e junta, anualmente, “milhares de pessoas de todo o mundo, num espírito de partilha, de encontro e de práticas sustentáveis”, lembrou o município.
O certame promove “a música e a dança popular enquanto meios privilegiados de aprendizagem e intercâmbio entre gerações, saberes e culturas”.
“No Andanças é possível aprender mais de meia centena de estilos de danças africanas, americanas e europeias, como as portuguesas, húngaras, balcânicas, bascas, belgas, mediterrânicas, catalãs e italianas”, resumiu.
A dança e a música, o voluntariado, a comunidade e a sustentabilidade são os “quatro pilares” do festival.
Em outubro de 2019, a Associação PédeXumbo revelou à agência Lusa que o Festival Andanças, que há vários anos decorria em Castelo de Vide, iria ser transferido para outra zona do país.
“Vamos iniciar um processo de procura de espaço para uma nova edição”, disse na altura Marta Guerreiro, da PédeXumbo - Associação para a Promoção da Música e Dança.
O presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, lamentou à Lusa, na altura, a decisão da organização do festival.
No verão de 2016, a meio da tarde do dia 03 de agosto, um incêndio, num dos parques de estacionamento, a algumas centenas de metros do recinto, na zona da albufeira de Póvoa e Meadas, atingiu total ou parcialmente 458 viaturas, em menos de três horas.
Depois do fogo, as edições de 2017 e 2018 do Andanças foram realizadas na vila de Castelo de Vide e, em 2019, chegou a estar prometido o regresso ao palco habitual, mas o certame acabou por ser cancelado.
Em fevereiro de 2017, o Ministério Público (MP) arquivou o inquérito instaurado ao caso, por não ter conseguido apurar as circunstâncias concretas em que o fogo deflagrou.
Lusa