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Festival Bons Sons atraiu 32.500 visitantes na edição mais ecológica de sempre

17/08/2017 às 00:00

O Bons Sons, em Cem Soldos, Tomar, atraiu este ano 32.500 visitantes à edição mais ecológica de sempre do festival que, entre os dias 11 e 14 de agosto, levou 181 artistas aos oito palcos da aldeia.

Na aldeia de cerca de 600 habitantes concentraram-se, durante quatro dias, “32.500 visitantes para assistirem aos 41 concertos programados”, revelou a organização, num balanço da edição 2017 do festival que se assume como “o maior e mais eclético evento da música portuguesa”.

Pelos oito palcos da aldeia de Cem Soldos, no concelho de Tomar, que durante quatro dias é fechada para se transformar no recinto do festival, passaram “um total de 181 artistas”, mas os números dão ainda conta de “15 concertos espontâneos promovidos pelos visitantes do festival”, no palco Garagem.

Seis pequenos espetáculos instantâneos intitulados “Agora, Aqui!”, dados pelos artistas nas janelas dos moradores foram uma das novidades do certame a testemunhar a ligação dos moradores da aldeia ao festival inteiramente preparado pela população.

A par com o anúncio promocional do festival, os moradores protagonizaram este ano 44 vídeos de apresentação individual dos artistas, divulgados nas redes sociais e dos vídeos de “sensibilização do público para comportamentos ambientalmente responsáveis, projetados nos ecrãs dos palcos antes dos concertos”.

Até porque “a ambição do Bons Sons era tornar-se um festival mais ecológico e familiar onde todos conseguissem ser parte da aldeia de forma sustentável”, sublinharam os organizadores garantindo ter chegado ao fim do festival “de coração cheio por termos conseguido”.

Para além das ações já implementadas nos anos anteriores, este ano o Bons Sons contou com quatro medidas com apoio financeiro do programa “Sê-lo Verde” para a instalação de torneiras redutoras de caudal, casas de banho secas no parque de campismo, eco-vídeos de sensibilização para boas práticas ambientais e atividades educativas dirigidas aos mais novos.

Embora sem apoio monetário do programa, foi ainda implementada a eliminação definitiva dos copos descartáveis de cerveja e refrigerantes, numa iniciativa que “uniu serviços do festival, espaços concessionados e os restantes, cafés e lojas da aldeia”, refere o balanço enviado às redações.

O resultado foi que, a par do já habitual púcaro de alumínio (um dos símbolos do festival), “ estiveram em circulação mais de 8.000 copos reutilizáveis”, que podiam ser devolvidos no final sendo o seu custo (um euro) devolvido ao utilizador.

Mais de 200 cinzeiros portáteis adquiridos contribuíram, igualmente, segundo os responsáveis para “a grande diferença que se sentiu no espaço do recinto” onde foi visível “maior limpeza e menos resíduos espalhados”.

No “balanço positivo” a organização incluiu ainda o aumento da programação paralela marcada por três espetáculos de artes performativas e duas sessões de curtas-metragens em que o público pode assistir a oito curtas e um documentário comentado por Tiago Pereira sobre um filme que irá estrear em novembro.

Música para bebés, crianças e futuras mamãs; passeios guiados pelas crianças da terra, aulas e contadores de histórias com quatro burros de Miranda; oficinas de construção de instrumentos musicais e de orquestra tradicional e os jogos do Hélder, mostraram ao longo de todo o festival que, tal como dizem os habitantes, “na aldeia há sempre o que fazer”.

“O sucesso das atividades paralelas, pensadas para toda a família, ficou patente na adesão do público que esgotou as vagas, mesmo depois de se abrirem algumas sessões extraordinárias”, frisaram os organizadores da edição que contou com “o esforço de mais de 350 voluntários, 95 dos quais a virem de fora da aldeia para ajudarem às estruturas e serviços”.

O mais comunitário de todos os festivais do país tradicionalmente preparado na aldeia ao longo do ano, envolvendo os habitantes na preparação das estruturas e no material promocional, como as tradicionais “tixas”, lagartas de tecido confecionadas por avós e netos e que são usadas como símbolo do festival.

Este ano foram feitas 600, a que se juntaram corações do Bons Sons, feitos com aproveitamentos de aparas de tecido usado na manufatura das “tixas” e ainda 1.500 flores e bandeirolas que decoraram o bar central do palco da Eira.

Já a cobertura mediática do festival envolveu 122 jornalistas.

Lusa

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