Lançado a 9 de Abril, AuRora, o novo álbum de Gisela João, entrou directamente para o primeiro lugar do Top Nacional de Vendas. Disponível em todas as plataformas digitais e lojas físicas, a edição tem a chancela da Sons Em Trânsito e a distribuição está a cargo da Universal.
Sucessor de “Nua” (2016) e “Gisela João” (2013), AuRora é o primeiro álbum de Gisela João a apresentar essencialmente canções originais e é também o disco em que a artista se estreia como letrista e compositora, assinando ainda a produção em parceria com Michael League, dos premiados Snarky Puppy, e Nic Hard. E canta não apenas como esperamos que cante mas para lá de tudo o que lhe ouvimos cantar até hoje.
“Louca”, “Já Não Choro Por Ti” e “Canção Ao Coração”, os três singles de AuRora, cujos vídeos oficiais filmados em São Paulo foram divulgados por essa ordem, formam uma curta metragem quando vistos na devida sequência. Em AuRora nada foi deixado ao acaso.
Gravado entre Almada e Barcelona, o lançamento de AuRora coincide com os dias mais luminosos que temos vivido e que nos enchem de esperança, após um ano de pandemia. 5 anos volvidos sobre o último álbum, a voz e o timbre absolutamente singulares de Gisela João, no melhor e mais ambicioso álbum da sua discografia, consagram-na definitivamente como uma das mais importantes intérpretes da história da música portuguesa.
"Gisela João coloca na tristeza uma pressão que vem do tom com que recebe cada letra.
O fado aqui acelera, ganha velocidade como se a tristeza tivesse pressa.
Não é um sítio para ficar - a tristeza é, umas vezes, o corredor de uma casa por onde se passa rapidamente para outro lado; não é para sentar, mas para circular. Um ponto de passagem.
Outras vezes não. Em certas músicas, é mesmo para escavar esse instável sítio até ao fundo.
Há abandono, melancolia e perda amorosa, desistências e mudanças decisivas:
"Já não choro por ti/já não vou de rua em rua/ no encalço de quem/ saiba dar notícia tua"
mas também a vibração feminina que dá uma resistência diferente às letras do fado.
As “tábuas do palco”, de Gisela João – tema que percorre todo o disco - por vezes salvam um corpo inteiro, outras vezes sacrificam-no: "arranho o joelho e sangro", "eu calço o soalho e canto".
Mas as tábuas do palco são sempre essenciais. Do chão, quem canta espera sempre muito – espera tudo ou quase tudo."
Gonçalo M. Tavares
"AuRora é um espantoso rasgo de luz, com sons estranhos colocados e doseados com pinças. É Gisela a abrir o seu caminho, sem deixar que a tradição se esfume no retrovisor. Nunca foi tão justo dizer que este é o fado de Gisela João. Este não é de mais ninguém."
AuRora / 5 ⭐ Gonçalo Frota in Público
«Há discos e discos, e há álbuns como este, que fazem um ouvinte querer levantar-se da cadeira, dizer mentalmente “vamos à vida, caramba!”, ser tomado por uma força que vem de encontrar um som que ainda estava por descobrir, uma canção que ainda ninguém ouvira mas só poderia ser escutada assim, com este arranjo, com este timbre, com esta voz, com esta melodia.»
Gonçalo Correia in Observador
«A Gisela João basta-lhe existir, ser sublime naquilo que faz e com isso fazer do mundo um lugar melhor e maior, com um pouco mais de sentido. É um privilégio testemunhar este talento de disco para disco.»
AuRora / 5 ⭐ Ana Patrícia Silva in Time Out
«(...) neste Aurora, Gisela João investe a fundo na sua intimidade de uma forma que não lhe tínhamos visto antes com tanta clareza e arrojo, com a veleidade de quem tem o abismo a romper-lhe das palavras (...)»
Filipa Teixeira in Sábado
«Logo aos primeiros segundos do novo álbum de Gisela João, percebemos que este é um disco de fado diferente. A produção de Michael League (...) marca a sonoridade e o ambiente deste Aurora, sobretudo em subtilezas ambientais e eletrónicas, um disco que ganha muito ao ouvir-se aos auscultadores, com o som bem alto.»
Pedro Dias de Almeida in Visão
«Quando Gisela João canta, tudo é perfeito.»
Lia Pereira in Expresso / Blitz
AuRora pelo seu produtor, Michael League
«Fado é sentimento”. Esta foi a primeira coisa que a Gisela me disse quando lhe perguntei por que razão queria um produtor americano a trabalhar um álbum de um género tido como conservador e por vezes purista, até. Desde que ouvi Fado pela primeira vez em Lisboa há cerca de uma década, que me tornei um grande fã do género, mas adorar Fado e produzir um disco de Fado são coisas totalmente diferentes.
Senti o medo natural do estrangeiro prestes a profanar uma tradição linda e antiga que, ainda por cima, amo profundamente. Os arranjos e as sessões de gravação foram um processo desafiante.
Mas à medida que fui conhecendo melhor a Gisela e a sua vida, as suas ambições e o seu gosto, apercebi-me que o sentimento por detrás do Fado - fora da estética, regras ou normas - é e sempre foi a única coisa que procura enquanto artista. Perceber este aspecto permitiu-me a mim e ao engenheiro de som Nic Hard agarrar nesse sentimento e dar-lhe expressão de múltiplas formas, acrescentando sons e texturas que normalmente não encontram espaço no Fado, mas dizem muito à personalidade musical única da Gisela João.
Em conjunto com os seus maravilhosos músicos pudemos correr riscos e encarar o álbum com um espírito exploratório, usando apenas a resposta emocional como compasso. No fim de contas, sei que pelo menos criámos algo que a Gisela adora. Espero que o público possa sentir o mesmo.»