A morte de Celeste Rodrigues foi assinalada pela cantora Madonna, na rede social Instagram, onde a criadora de "Like a prayer" colocou uma fotografia em que surge abraçada à fadista, que considerava “uma lenda viva”.
Com a fotografia, colocada na sua página oficial no Instagram, Madonna escreveu apenas a seguinte legenda: “RIP Celeste Rodrigues” ("Rest in Peace"/"Descanse em Paz, Celeste Rodrigues").
Madonna conheceu Celeste Rodrigues numa das suas noites lisboetas, e fizeram juntas a última passagem de ano, em Nova Iorque.
Em dezembro do ano passado, a criadora de "True Colors" fez um dueto espontâneo com Celeste Rodrigues, na cada de fados Mesa de Frades, em Lisboa, interpretando "Can't Help Falling in Love", uma canção Elvis Presley, um dos ídolos da cantora norte-americana, apesar de a fadista portuguesa preferir David Bowie, como confessou publicamente.
Na altura, a criadora de “Like a Virgin” e "Live to Tell" publicou a atuação no Instagram e escreveu que era "extraordinário estar sentada ao lado" de Celeste Rodrigues e cantar com a fadista, que considerava uma "lenda viva".
Celeste Rodrigues, de 95 anos, morreu hoje, em Lisboa, e celebrizou fados como “Noite de Inverno”, “As Lendas Algas” e “Saudade vai-te embora”, tendo, ao longo de uma carreira de 73 anos, pisado os mais diferentes palcos, desde as casas de fado de Lisboa, ao antigo Casino da Urca, no Rio de Janeiro, onde atuou com a irmã Amália Rodrigues, ao Teatro dos Campos Elísios, em Paris, ou ao Concertgebouw, em Amesterdão, e ao Queen Elizabeth Hall, em Londres.
Em abril passado, cantou no Town Hall, de Nova Iorque, no âmbito do Festival de Fado.
Em maio, deu o último grande concerto, no Teatro TivoliBBVA, em Lisboa, e, na altura, disse à Lusa que “cantar é sempre uma alegria, ainda mais nesta idade, porque não é fácil ter um bocadinho de voz”.
“Acho que o fado é uma música linda, maravilhosa. Com palavras bonitas, ainda mais maravilhoso fica. Portanto, é natural que faça sucesso. E [o fado] entra em nós, está nas veias de todos os portugueses”, disse a fadista à Lusa.
Para Argentina Santos, que trabalhou com Celeste Rodrigues, o segredo da fadista era “uma caixinha de música na garganta”, à qual sabia aliar “uma interpretação sentida”.