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Mais de 450 músicos e autores apelam ao público para que os ouçam na rádio

27/01/2021 às 02:45
(DR)

Mais de 450 músicos e autores portugueses subscreveram um texto, divulgado na terça-feira 26 de Janeiro, no qual apelam ao público para que ouça as suas músicas na rádio, congratulando-se com o aumento da quota da música portuguesa nas rádios para 30%.

“Foi com satisfação que recebemos a notícia que agora nos vão ouvir mais. Queremos sentir-vos em sintonia com a nossa voz e a nossa música. Queremos que continuem a ouvir música portuguesa, nas ondas da rádio. Queremos que sintonizem e ouçam a música que é a nossa”, lê-se no texto “Mais Música Portuguesa na Rádio”, hoje divulgado, e que até segunda-feira à tarde tinha sido subscrito por 463 músicos e autores portugueses de várias gerações e géneros musicais.

A lista de subscritores inclui, entre muitos outros, músicos como Ágata, Agir, Aldina Duarte, António Zambujo, Bárbara Bandeira, Aurea, Blaya, Camané, Carminho, Carolina Deslandes, Cláudia Pascoal, Conan Osiris, David Bruno, David Carreira, Dino D’Santiago, Diogo Piçarra, Fausto Bordalo Dias, Manel Cruz, ProfJam, Marta Ren, Paulo de Carvalho, Pedro Abrunhosa, Quim Barreiros, Ricardo Ribeiro, Rodrigo Leão, Rui Veloso, Sam The Kid, Selma Uamusse, Toy e Xinobi.

No texto, os artistas lembram que precisam “do contacto com o público”, que os “ouçam” e de sentir que estão a ser ouvidos.

“Queremos voltar a ouvir as vossas palmas e a escutar as vossas vozes a cantar connosco. Temos saudades de vos sentir perto de nós. Queremos estar presentes nas vossas vidas, mesmo que hoje não possamos estar fisicamente juntos. Não queremos a nossa e vossa Música confinada a um pequeno espaço”, referem.

E foi por quererem ser a companhia do público “todos os dias, ao longo do dia”, que receberam “com satisfação” a notícia da decisão do Governo em aumentar a quota de música portuguesa nas rádios.

O aumento, de 25% para 30%, foi anunciado no dia 14 de janeiro, pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, no âmbito das medidas de resposta à pandemia da covid-19, com o objetivo de “incrementar a divulgação de música portuguesa” e “a sua valorização em benefício dos autores, artistas e produtores”.

A ministra recordou na altura que “a definição desta quota existe desde 2009 e está inscrito na lei que todos os anos [o titular da pasta da Cultura] deve atualizá-la”, mas “desde 2009 que o valor não era atualizado”.

“Este é o ano para o fazer”, afirmou, lembrando que o setor da Música tem sido “particularmente atingido pelas limitações dos espetáculos”.

O texto dos artistas portugueses, hoje divulgado, conta com o apoio de cerca de 30 agentes e ‘managers’.

Os equipamentos culturais estão encerrados desde 15 de janeiro, em Portugal Continental, no âmbito das medidas decretadas pelo Governo para tentar conter a pandemia da covid-19.

O mesmo já tinha acontecido no ano passado. No entanto, em 2020, os espetáculos começaram a ser adiados ou cancelados em março, ainda antes de decretado o encerramento das salas.

Segundo números da APEFE, só entre meados de março e final de abril do ano passado foram cancelados, suspensos ou adiados cerca de 27 mil espetáculos.

No dia 01 de junho, as salas foram autorizadas a reabrir, com lugares marcados e o cumprimento de regras de distanciamento físico, embora no final de maio ficasse proibida a realização de “festivais e espetáculos de natureza análoga”, até ao passado dia 31 de dezembro.

O verão decorreu sem os festivais de música, com a Associação Portuguesa de Festivais de Música (Aporfest) a estimar uma perda de cerca de 1,6 mil milhões de euros, contra os dois mil milhões originados em 2019.

A APEFE, por seu lado, ainda antes de apurados os números do quarto trimestre de 2020, atestava que o mercado dos espetáculos registara uma quebra de 87%, entre janeiro e outubro, face a 2019, admitindo que a quebra poderia chegar aos 90%, no final do ano.

Os números concordavam com os das plataformas de venda de bilhetes para espetáculos, em Portugal: a BOL registou uma quebra de 91% no volume de vendas, enquanto a Ticket Line e a Blue Ticket disseram à Lusa terem registado perdas superiores a 80%.

Lusa

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