A cantora brasileira Mallu Magalhães prepara-se para dar três concertos em Portugal para apresentar as canções de "Vem", o mais brasileiro dos seus álbuns, editado quando celebra dez anos desde que se lançou, na Internet.
"Vem" é o quarto álbum de originais de Mallu Magalhães, 25 anos, e saiu no verão, tendo já sido apresentado ao vivo no Brasil. É agora recuperado para concertos em outubro na Casa das Artes de Famalicão (dia 07), Centro de Artes de Ovar (dia 14) e Teatro Tivoli, em Lisboa (dia 24).
Mallu Magalhães, natural de São Paulo, estreou-se em 2007, com 14 anos, quando lançou quatro músicas através da plataforma Myspace que lhe deram alguma exposição mediática. Lançou dois álbuns homónimos em 2008 e 2009, aos quais se seguiram "Pintanga" (2011) e "Vem" (2017).
Depois de "Pitanga" fixou residência em Lisboa, com o músico Marcelo Camelo, e embora passe temporadas de vários meses entre os dois lados do Atlântico, o novo álbum é já é um fruto, não intencional, dessa sensação de distância e saudade, como contou em entrevista à agência Lusa.
"Esse fenómeno que quando estamos fora do país ficamos mais patriotas. Não sei se é saudade, realça o que tem. Fico mais atenta ao que há de mais brasileiro em mim e valorizo mais isso. (...) Eu tinha um repertório maioritariamente português, muitos sambas. Foi-se formando na minha cabeça uma ideia de um disco brasileiro, sobre o Brasil e para o Brasil.", disse.
O álbum tem canções como "Casa pronta", para a filha Luísa, "Guanabara", "Você não presta", ou "Linha verde", que conta com guitarra portuguesa.
"Para mim fazer um disco voltado para o Brasil já foi bastante corajoso. Sempre tive influências e uma relação muito forte com outros tipos de música. E embora sempre admirasse a música brasileira, o samba e a bossa, sempre tive um respeito muito grande, que às vezes criava uma certa barreira", admitiu.
Até que chegou a um momento em que deixou de se importar: "O facto de ter começado muito cedo me deu uma sensação de que não tenho... Já passei por muita coisa e os piores momentos não são tão terríveis assim. Não tenho muito medo de enfrentar um momento ruim e de enfrentar adversidade".
Mallu Magalhães cumpre em outubro os primeiros dez anos de carreira, mas por causa de uma "memória muito ruim" diz que está mais virada para o futuro. "Essa coisa de passado é vago demais, não faço questão de viver pensando tanto nessa coisa de legado, de construção de uma trajetória".
Aliás, o que a motiva é viver mais da composição - já escreveu por exemplo para Gal Costa - do que das viagens e dos concertos.
Atualmente, a cantora está ainda a terminar um livro para crianças, outra das áreas de interesse.
Lusa