O cantor norte-americano Marilyn Manson defendeu hoje que as acusações de violação e assédio sexual de que foi alvo, tornadas públicas por várias mulheres, entre as quais a atriz Evan Rachel Wood, são “distorções horríveis da realidade”.
“Obviamente, a minha arte e a minha vida têm sido ímanes para a controvérsia, mas estas alegações recentes sobre mim são distorções horríveis da realidade”, lê-se numa publicação partilhada hoje de madrugada na página oficial do artista na rede social Instagram.
Na segunda-feira, pelo menos cinco mulheres publicaram no Instagram, praticamente em simultâneo, denúncias contra Marilyn Manson, cujo nome verdadeiro é Brian Warner.
Na mensagem hoje publicada, o cantor garante que os seus “relacionamentos íntimos foram sempre inteiramente consensuais com parceiros com pensamento semelhante”.
“Não obstante como – e porquê – outros estão agora a escolher deturpar o passado, essa é a verdade”, defendeu.
Há vários anos que recaem sobre Marilyn Manson suspeitas de abuso sexual.
Em 2018, a atriz Evan Rachel Wood, que integrou, entre outros, o elenco da série “Westworld”, contou, durante audiências que decorreram no Congresso dos Estados Unidos da América (EUA), que tinha sido violada, sem, no entanto, revelar a identidade do agressor.
Na publicação que partilhou na segunda-feira, na sua conta oficial no Instagram, Evan Rachel Wood, de 33 anos, revelou o nome: “Brian Warner, também conhecido pelo mundo como Marilyn Manson”.
A atriz contou que o músico a começou “a aliciar” quando era ainda adolescente e “abusou horrivelmente” dela “durante anos”.
A atriz teve um relacionamento com Marilyn Manson que acabou em 2010, já com o noivado anunciado.
Em 2018, durante uma audiência perante o Comité de Assuntos Judiciais da Câmara dos Representantes, Evan Rachel Wood contou que tinha sido vítima de abusos físicos e psicológicos e também que tinha sido violada várias vezes.
Também através de publicações partilhadas na segunda-feira no Instagram, outras quatro mulheres acusaram o artista norte-americano de abusos sexuais, manipulação, assédio sexual, maus-tratos e ameaças.
Marilyn Manson, de 52 anos, ficou conhecido pela criação de uma personagem de inspiração gótica. O nome do artista é uma junção do nome próprio da icónica atriz norte-americana Marilyn Monroe com o apelido do homicida Charles Manson, responsável pela morte da atriz Sharon Tate.
Algumas das mulheres que dizem que foram violadas pelo artista revelaram que eram antigas 'groupies', e retrataram uma personagem sedutora, manipuladora, que as amarrava, ameaçava e obrigava ao consumo de drogas.
“Estou cansada de viver com medo de represálias, de calúnias e de chantagem”, escreveu Evan Rachel Wood.
Em 2009, em entrevista à revista Spin, Manson disse que tinha “todos os dias a fantasia de pulverizar” o crânio da atriz “com um martelo”.
O cantor norte-americano já atuou várias vezes em Portugal, a última das quais em junho de 2018 no Campo Pequeno, em Lisboa, onde apresentou ao vivo o décimo disco, “Heaven Upside Down”.
Brian Warner estreou-se em disco em 1994, com “Portrait of an American Family”, ao qual se seguiu “Antichrist Superstar”, álbum que vendeu milhões de cópias.
Lusa